Polícia encaminha inquérito do estupro coletivo à Justiça
Investigação levou ao indiciamento de dois dos seis presos pelo estupro coletivo que ocorreu em Águas Lindas (GO)
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A Delegacia da Mulher de Águas Lindas de Goiás enviou à Justiça, nesta segunda-feira (18), o inquérito do estupro coletivo de uma jovem de 25 anos durante uma festa na cidade na madrugada de 9 de outubro. As investigações concluíram que dois dos seis presos teriam participado do ato de violência.
O crime ocorreu em uma casa de festas que é de propriedade de um subtenente da Polícia Militar do DF. Ele e o irmão estavam entre os seis investigados. Os nomes dos suspeitos que se tornaram réus, no entanto, não foram divulgados.
Na última sexta (15), os advogados dos suspeitos entraram com um novo pedido de liberdade provisória. Os pedidos foram feitos após uma conversa com o juiz responsável pelo caso durante a audiência de custódia, na quinta-feira (14).
A festa aconteceu na noite de 8 de outubro. A vítima contou que, ao amanhecer, duas mulheres a convidaram para dormir em um dos quartos da casa. Elas a deixaram no local e, em seguida, o policial militar teria entrado, mostrado uma arma e dado início aos estupros.
Segundo a jovem, durante o ato, o homem ainda teria deixado uma arma sobre o guarda-roupa, como forma de ameaça. Depois, dois homens teriam entrado um após o outro e continuado a violência, seguidos, ainda, por outros dois e um último.
Segundo consta no registro do depoimento da jovem, “nenhum dos atos sexuais foi consensual". Ela disse ainda que, enquanto era violentada, "pediu por socorro e não foi atendida por nenhum dos frequentadores da festa”.
Por meio de nota, a Polícia Militar do DF informou que “está acompanhando o andamento do inquérito e já instaurou procedimento para apurar os fatos e tomar as providências pertinentes”. “Reforçamos que a PMDF não compactua com quaisquer desvios de conduta, menos ainda com ações que configurem crimes”, diz o texto.
O Escritório Almeida Advogados e Consultores, que defende o policial militar do DF, emitiu uma nota em que questiona o trabalho da Polícia Civil de Goiás. De acordo com o texto, os advogados respeitam o trabalho dos investigadores, mas discordam do relatório final, que trouxe, segundo o grupo, “informações prestadas por todas as pessoas que foram ouvidas”, mas nenhuma das testemunhas teria confirmado “nem sequer em parte a versão apresentada pela suposta vítima”.
“A própria Autoridade Policial cita que o Laudo da Perícia não confirma a versão daquela. Portanto, (...) a Defesa repudia veementemente a conclusão do Relatório Final, já que não corresponde à realidade das apurações, principalmente pelo fato de que não foi capaz de produzir uma única prova que comprovasse a veracidade dos fatos. Desta forma, espera a Defesa pelo posicionamento do Ministério Público, bem como pelo Poder Judiciário com relação a este caso”, afirmou o escritório.