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Polícia Federal pede afastamento de Ramagem do cargo de deputado, e Moraes nega

Para a PF, como deputado membro da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, ele poderia prejudicar investigação

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília


Ramagem não será afastado da função parlamentar
Ramagem não será afastado da função parlamentar Pablo Valadares/Câmara dos Deputados – 18.04.2023

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes negou o pedido feito pela Polícia Federal de suspensão da atividade do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) durante o andamento do inquérito sobre o uso ilegal da ferramenta de espionagem First Mile na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O ex-diretor-geral da agência e atual deputado federal é um dos alvos da operação.

Para a PF, as ações do então diretor da Abin, como deputado federal membro da CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) poderiam prejudicar a investigação.

"A posição do deputado federal na CCAI, órgão do Congresso Nacional responsável pela fiscalização dos órgãos de Inteligência, apresenta risco para a investigação posto que, inclusive, tem se valido para obter informações que sequer na condição de investigado teria", diz a PF.

"Não bastasse, a posição no órgão de controle externo acaba por demover qualquer investigado sujeito ao órgão da plena colaboração," acrescenta. 

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Moraes, entretanto, não viu necessidade de afastar Ramagem das atividades parlamentares. "Em que pese a gravidade das condutas do investigado, Alexandre Ramagem, bem analisada pela Polícia Federal, nesse momento da investigação não se vislumbra a atual necessidade e adequação de afastamento de suas funções. Essa hipótese poderá ser reanalisada se o investigado voltar a utilizar suas funções para interferir na produção probatória ou no curso das investigações", disse o ministro.

PF pede afastamento de outros envolvidos

A Polícia Federal pediu também o afastamento dos outros envolvidos no esquema de espionagem. Todos foram autorizados por Moraes.

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"A manutenção dos agentes públicos nos respectivos cargos poderia dificultar a colheita de provas e obstruir a instrução criminal, direta ou indiretamente, por meio da destruição de provas e de intimidação a outros servidores públicos, a suspensão do exercício da função pública, conforme entendimento dessa Supremo Tribunal Federal" diz a decisão do ministro. 

Moraes seguiu o entendimento do Ministério Público contrário ao afastamento do parlamentar. No entanto, a PGR (Procurador-geral da República), PF, CGU (Controladoria-Geral da União), Abin e outros órgãos estatais deverão consultar o STF antes de responder a quaisquer requerimentos de Ramagem.

"O fato do investigado integrar a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência da Câmara dos Deputados, e ter assinado requerimentos de informações relacionados aos fatos sob os quais pende a presente investigação, aponta suposta prática de condutas ilícitas no sentido de tentar interferir na produção probatória. Assim sendo, eventuais respostas dos órgãos competentes – PGR, PF, CGU, ABIN e demais órgãos estatais – a requerimentos do parlamentar deverão ser submetidos à essa relatoria no Supremo Tribunal Federal, em face do sigilo das investigações." diz a decisão. 

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