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Polícia Federal pediu prisão de Marcos do Val, mas Moraes negou

A corporação cumpre mandados de busca e apreensão no gabinete do senador e em endereços ligados a ele nesta quinta-feira

Brasília|Clébio Cavagnolle, da Record TV, e Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília

Marcos do Val teve prisão negada
Marcos do Val teve prisão negada

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um pedido de prisão feito pela Polícia Federal do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que é alvo de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (15), apurou a Record TV. O gabinete do parlamentar e endereços ligados a ele em Brasília e Vitória receberam agentes da corporação.

Do Val é investigado, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), por pelo menos cinco crimes: divulgação de documento confidencial (art. 153 do Código Penal); associação criminosa (art. 288 do Código Penal); tentativa de abolição do Estado democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal); tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do Código Penal); e impedimento de investigação sobre organização criminosa (art. 2º, §1º, da lei 12.850/2013).

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O Twitter bloqueou, na tarde desta quinta-feira, a conta do senador na rede social. A ordem partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A Polícia Federal cumpre ainda três mandados de busca e apreensão no gabinete e em endereços ligados a Do Val em Brasília e em Vitória. A operação ocorre porque a corporação teria identificado tentativas dele de atrapalhar as apurações sobre os atos de 8 de janeiro. A PF chegou a pedir o seu afastamento do cargo de senador, mas Moraes negou o pedido. A assessoria do parlamentar disse que ele não vai se pronunciar.

A operação policial ocorre no dia do aniversário do senador, que completa 52 anos. Segundo a assessoria, ele está no Espírito Santo.


Depoimento anterior na Polícia Federal

Marcos do Val prestou depoimento na Polícia Federal em 2 de fevereiro, quando se mostrou arrependido por ter envolvido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na história de um suposto plano de golpe de Estado em que iria gravar conversas com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Tem coisas que não deveriam ter sido ditas. É a questão da falta daquela malícia de um político que eu nunca fui", disse Do Val em entrevista.


Na noite de 1º de fevereiro, o senador participou de uma live nas redes sociais e acusou Bolsonaro de tê-lo coagido a dar um golpe de Estado com ele. Do Val, no entanto, disse que fez a afirmação depois de ter sido criticado na internet por apoiadores do ex-presidente por ter parabenizado o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela reeleição à presidência do Senado.

"Começaram a me atacar, dizendo que eu tinha mentido. Disseram que eu era traidor, e teve movimento enorme, até as 2 da manhã. Minha família inteira recebeu mensagem. Você chega em um nível de irritabilidade gigantesco. Chega uma hora em que você não suporta. E aí, [a declaração na live] foi um desabafo", explicou o parlamentar.

Na manhã do dia seguinte, Do Val mudou a versão sobre Bolsonaro e disse que partiu do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) a ideia de marcar uma reunião com Moraes para forçá-lo a reconhecer que desrespeitou a Constituição no processo eleitoral de 2022.

Após ser interrogado pela Polícia Federal, ele reforçou as acusações contra o ex-deputado. “Hoje, a pessoa que estava provocando essa situação toda, Daniel Silveira, está no lugar que deveria estar e não deve sair de lá”, comentou Marcos do Val, em referência à prisão de Silveira por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo STF.

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