Polícia prende chefe de quadrilha que aplicava golpes bancários em idosos do Distrito Federal
Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 107 mil; outras oito pessoas foram presas nesta semana
Brasília|Do R7, em Brasília
Na madrugada desta quinta-feira (13) a Polícia Militar de Goiás prendeu o suposto chefe da quadrilha que aplicava golpes bancários em idosos. Uma das vítimas, moradora do Lago Norte, teve um prejuízo de R$ 107 mil. O homem foi encontrado em um hotel em Valparaíso de Goiás, Entorno do Distrito Federal. A Polícia Militar do estado atuou no caso após receber informações da inteligência do DF. O homem foi levado para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama) e teve dois celulares apreendidos.
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Na quarta-feira (12), outras oito pessoas foram presas, com cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e bloqueio de dez contas bancárias dos envolvidos em Novo Gama (GO) e nas regiões administrativas de Ceilândia e Planaltina.
Como funcionava
Segundo a polícia, o grupo comprava planilhas de dados cadastrais de milhões de pessoas armazenados em sites ilícitos na internet. Os dados exibiam números de contas bancárias, detalhes do perfil socioeconômico e dados pessoais das vítimas, como número de celulares e endereços residenciais.
Com essas informações, os criminosos selecionavam as vítimas com maior poder aquisitivo e, preferencialmente, pessoas idosas. Eles entravam em contato com as vítimas por telefone, simulando o número verdadeiro do banco, e passando-se pela central de segurança da instituição.
Os criminosos se aproveitavam da menor familiaridade das vítimas com as novas tecnologias e afirmavam terem sido detectadas transações fraudulentas nas contas bancárias. Com o ganho da confiança da vítima, eles convenciam os idosos a entregar seus cartões e celulares a um funcionário do banco que iria até a casa da vítima pegar o material para perícia.
Com os cartões e celulares em mãos, os criminosos faziam diversos saques, transferências e empréstimos. Uma das vítimas, moradora do Lago Norte, teve prejuízo de R$ 107 mil.
Responsável pela operação, delegado Erick Sallum explica que “nesse tipo de golpe, geralmente os bancos se negam a fazer o estorno dos valores, pois as vítimas entregaram os cartões aos criminosos”. “Assim, temos pessoas idosas enganadas tendo, já no final da vida, que suportar prejuízos e dívidas impagáveis”, afirma.
Lavagem de dinheiro
As transferências e os saques eram feitos em caixas eletrônicos de agências no Entorno do DF, onde parte do grupo criminoso atuava para evitar que as contas fossem bloqueadas antes de o golpe ser finalizado.
A polícia obteve as imagens de diversos saques relevando a dinâmica dos criminosos. A investigação também detectou que existiam pessoas alugando suas contas bancárias para ser o canal primário de recebimento do dinheiro desviado.
Nas redes sociais, a polícia encontrou informações de contas bancárias sendo vendidas para uso de terceiros por valores de R$ 300 a R$ 500. O delegado Erick Sallum destaca que a “população deve redobrar os cuidados com seus relacionamentos e ações nos ambientes digitais”.