Presidente da COP30 ameniza incêndio e pede que esforços contra fogo inspirem acordos
Zona da conferência ficou fechada por cerca de seis horas; término oficial é nesta sexta, mas falta de consenso pode provocar adiamento
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém
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O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, amenizou nesta sexta-feira (21) os impactos do incêndio que atingiu a principal área da conferência nessa quinta (20).
O fogo levou à suspensão das discussões por cerca de seis horas. Alguns trabalhos foram retomados por volta das 21h e se estenderam pela madrugada. Nesta manhã, os negociadores voltaram a debater os termos.
“Foi rapidamente contido e nos lembrou da nossa vulnerabilidade compartilhada e de como, instintivamente, nos unimos para agir em momentos de crise. Gostaria de agradecer a toda a equipe, aos voluntários e aos delegados, que foram incríveis, com profissionalismo e solidariedade”, destacou Corrêa do Lago, na plenária geral desta manhã.
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O embaixador usou a reação ao incidente para convidar os países a priorizar a coletividade. Segundo as autoridades brasileiras, as chamas foram contidas em seis minutos. Não houve feridos por queimaduras, mas ao menos 27 pessoas precisaram de atendimento médico.
“Recebemos muitas mensagens de apoio. Muitas foram muito firmes, amigáveis e sensíveis. Mas cito uma: ‘Mesmo em momentos de caos, uma coisa se destacou: pessoas de todos os cantos do mundo, de diferentes nações e crenças cuidaram umas das outras’. É exatamente isso que caracteriza a nossa COP. Quando enfrentamos uma crise, precisamos responder juntos”, acrescentou.
Corrêa do Lago apelou aos demais países por um consenso e afirmou que, sem concordâncias acerca do combate às mudanças climáticas “todos perderão”. Ele citou que nem mesmo aqueles que se “acham vencedores” terão o que comemorar.
Oficialmente, a COP30, evento das Nações Unidas que discute as mudanças climáticas, termina nesta sexta-feira (21). No entanto, a falta de acordo entre os quase 200 países participantes pode levar ao adiamento do fim. Isso porque os documentos de COPs precisam ser aceitos em consenso por todos os países que participam do evento.
Tradicionalmente, as conferências terminam depois do período previsto — normalmente, há extensão por horas ou por até dois dias. A possibilidade de adiamento circulava pelos corredores do evento antes mesmo do incêndio. As chamas, contudo, reforçaram a necessidade de prolongamento das discussões.
As principais discordâncias giram em torno de um “mapa do caminho” para o fim do uso de combustíveis fósseis, com diretrizes concretas e planos de ação.
Os poluidores, como petróleo, carvão e gás, são os principais causadores das mudanças climáticas. De um lado, Brasil, países europeus, africanos, latinos e ilhotas defendem o “mapa do caminho”.
De outro, nações produtoras e exportadoras de petróleo, como China, Rússia, Índia, Arábia Saudita e outros da Liga Árabe. Por escolha do presidente Donald Trump, os Estados Unidos não têm delegação nesta COP.
Incêndio
Na quinta-feira (20), um incêndio atingiu a Zona Azul (Blue Zone) da COP30, em Belém, onde ocorrem as negociações oficiais da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais.
O espaço foi esvaziado como medida de segurança, e o Corpo de Bombeiros foi acionado para atuar no combate ao incêndio.
Segundo o Ministério da Saúde, 27 pessoas precisaram de atendimento médico. Segundo o órgão, até as 9h, 21 pacientes já haviam sido liberados. Os demais permanecem em serviços de saúde da capital. Os atendimentos estão relacionados à inalação de fumaça e crises de ansiedade. Não houve registro de queimaduras.
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