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PRF deve iniciar testes com uso de câmeras corporais nos policiais em novembro

Corporação conta com 13 mil agentes, mas, segundo a área técnica, a previsão é de que será feita a compra de 6 mil equipamentos

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

PRF quer começar testes em campo em novembro
PRF quer começar testes em campo em novembro PRF quer começar testes em campo em novembro

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou nesta quinta-feira (25) que pretende começar a realizar testes controlados do uso de câmeras corporais em agentes a partir de novembro deste ano. O cronograma também mostrou os desafios da implementação do projeto. A corporação conta com 13 mil agentes, mas, segundo a área técnica, a previsão é a compra de 6 mil equipamentos. 

O custo total de compra e manutenção das câmeras não foi divulgado. Segundo o agente Luciano Fernandes, a corporação tem como parâmetro os valores gastos pela Polícia Militar de São Paulo, que, desde agosto de 2020, usa os equipamentos.

“Em São Paulo, temos o custo total de R$ 790 por mês de cada câmera. A gente também estuda a possibilidade de aquisição dos equipamentos em outros países”, explica. As licitações estão programadas para começar em abril de 2024.

Os estudos técnicos são realizados em parceria com a área de pesquisas da corporação da Queen Mary University of London, da Inglaterra, e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Um dos principais desafios é o armazenamento das imagens, que representa 68% do custo do projeto.

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“Em São Paulo, cada câmera produz 1.1 giga de material a cada hora. No nosso caso, serão milhares de terabytes para o armazenamento”, ressaltou.

O grupo de trabalho foi criado em março e informa que o projeto tem como objetivo registrar de forma transparente todas as condutas dos agentes e da população durante as abordagens. O diretor geral da corporação, Antônio Fernando Oliveira, afirmou que esse é um "passo fundamental" para garantir a segurança da sociedade e também dos policiais.

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"Lógico que vocês sabem que, no passado recente, tivemos um caso que não condiz com o histórico da PRF e foi muito traumático para todos nós. Recebemos algumas recomendações, e a direção decidiu ir além”, disse.

Caso Genivaldo

O diretor se refere ao caso Genivaldo de Jesus, morto em maio de 2022. A abordagem, que resultou na morte do homem, se deu em razão de a vítima estar sem capacete em um trecho da BR-101, em Umbaúba, interior de Sergipe. Após ser parado, Genivaldo foi colocado no porta-malas da viatura, juntamente com gás lacrimogêneo em grande volume, e acabou morrendo asfixiado.

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Durante a coletiva, Oliveira pediu desculpas formais à família em nome da corporação. "Quero transmitir o recado de consternação e até mesmo de um pedido de desculpas formal à família do vitimado daquela ação. O nosso compromisso é de que a PRF será mais transparente nas nossas ações", disse.

Genivaldo foi morto durante abordagem da PRF, em maio de 2022
Genivaldo foi morto durante abordagem da PRF, em maio de 2022 Genivaldo foi morto durante abordagem da PRF, em maio de 2022

Os réus William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento foram denunciados pelos crimes de tortura, abuso de autoridade e homicídio qualificado. Os agentes ainda aguardam julgamento.

Mais segurança

Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça do MJSP, ressaltou o embasamento científico utilizado durante todo o processo para a instalação dos equipamentos e afirmou que existem muitos dados que atestam que o uso das câmeras pode beneficiar a segurança pública.

“A existência [da câmera] por si só, já inibe o comportamento de violência de quem está sendo abordado. Ela traz uma sensação de segurança. Eu acredito que [o caso de Genivaldo] poderia ser evitado”, ressaltou

Já o diretor de gestão integração de informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Felipe Oscar Sampaio Gomes de Almeida, ressaltou que é "natural" que haja uma resistência e relembrou outras situações, como o uso obrigatório do cinto de segurança e da cadeirinha no transporte de crianças. “É natural que a gente resista a tudo aquilo que parece tirar nossa liberdade. Mas, elas vêm para melhorar o sistema como um todo".

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