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R7 Brasília

Projeto para renegociação de dívida dos Estados tem questões a serem revisadas, diz Haddad

Ministro reiterou, no entanto, que é a favor da renegociação dos débitos, desde que não haja prejuízo para as contas nacionais

Brasília|Do Estadão Conteúdo


Haddad confirma impasse em dívida dos estados com União Washington Costa/MF - 16.05.2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o indexador da dívida dos Estados, de IPCA + 4%, é insustentável, mas que o projeto de lei apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), precisa ser revisado. Ele reiterou, no entanto, que é a favor da renegociação dos débitos, desde que não haja prejuízo para as contas nacionais.

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“Eu penso que 4% de juro real em cima do IPCA é realmente insustentável, porque a arrecadação não cresce 4% ao ano. Eu sou a favor, eu entendo o pleito dos governadores. Mas você não pode cobrir a cabeça e descobrir o pé, você tem que fazer um jogo que acomode as contas estaduais sem prejudicar as contas nacionais, esse é o meu ponto de vista. E no meu entendimento, o projeto apresentado precisa passar por uma revisão”, afirmou Haddad nesta sexta-feira, 12, durante o 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji.

O ministro ainda elogiou a relação com o Congresso em relação a projetos importantes, como a reforma tributária. Haddad disse ter certeza que a reforma será aprovada no Senado, ainda que a correlação de forças seja mais complexa. “Tirando essa oposição destrutiva que nós estamos enfrentando, nós tivemos um entendimento muito bom na Câmara e penso que vai ser a mesma coisa no Senado”, disse.

Crescimento da atividade econômica

Na cerimônia, Haddad argumentou também que a economia brasileira está conseguindo aliar crescimento da atividade com inflação em queda. O ministro citou que, nesta semana, houve surpresas para cima com os dados de venda do varejo, volume de serviços prestados, enquanto a inflação surpreendeu para baixo.


”Podemos ter um mandato em que há crescimento com inflação em queda, estamos mudando de rota”, disse o ministro, acrescentando que o país passou por momentos de instabilidade fiscal nos últimos anos e que era preciso organizar essa questão. Nesse sentido, Haddad reforçou que o plano de trabalho traçado pelo governo federal desde a eleição, em 2022, vem sendo seguido conforme o planejado e que é preciso ter “paciência” para colocar ordem na “confusão social”.

Segundo o ministro, o Brasil tem agora uma grande oportunidade ao aliar desenvolvimento econômico e social com a questão ambiental, e que é preciso avançar nesse sentido. Para o ministro, questões ligadas à agenda verde do governo precisam estar mais avançadas do que estão neste momento, e é preciso contar com a ajuda da sociedade para pressionar determinados grupos de interesse.


Redes sociais

Haddad afirmou que nota o descolamento entre a percepção da população e os indicadores para explicar o mau humor com a economia e disse que há um desafio comunicacional a ser vencido. Para o ministro, há um abismo em relação ao que está ocorrendo e o que é publicado em redes sociais, e que a desinformação não parte da imprensa.

”Tem um desafio de comunicação que não é fácil de superar, que é importante”, disse Haddad. O ministro ponderou que nos primeiros mandatos de Lula, com números piores, a percepção da população era mais positiva. Para ele, hoje o Brasil tem uma oposição que atua para minar o governo. “Nós temos uma oposição hoje que realmente atua para minar a credibilidade das instituições, dos dados oficiais do Estado brasileiro, e eles atuam diuturnamente nas redes sociais. É uma prática protofascista mesmo, não tem outra palavra”, afirmou.

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