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PSD pressiona para que Silveira não aceite a liderança do governo

Sugestão da cúpula da legenda é que o suplente de Antonio Anastasia deixe a sigla antes assumir oficialmente o posto 

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e Alexandre Silveira (MG)
Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e Alexandre Silveira (MG) Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e Alexandre Silveira (MG)

Confirmado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) como novo líder do governo no Senado, Alexandre da Silveira (PSD-MG) ainda não anunciou se vai aceitar o cargo. Há uma forte pressão dentro do partido para que ele não assuma a liderança. Silveira é o 1º suplente do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que só aguarda a data oficial para tomar posse como ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).

Segundo apuração da reportagem, a cúpula da sigla, com o presidente nacional Gilberto Kassab à frente, avalia que o melhor a ser feito é Silveira deixar a legenda antes de assumir a liderança do governo no Senado, caso essa seja a sua decisão final. 

A questão sobre a definição segue suspensa. Mas já houve reação negativa ao convite do presidente Bolsonaro, inclusive de Gilberto Kassab. Na visão do partido, a conexão com o governo na retal final, no último ano de gestão, pode prejudicar algumas reeleições e atrapalhar o planejamento já feito.

Além disso, o receio de alguns senadores do PSD é de que a sigla, vista como independente, passe a ser rotulada como aliada do governo. O entendimento de muitos é que não faz sentido a legenda assumir a liderança, ainda mais com todo o histórico de relacionamento tenso entre diversos senadores e o Executivo.

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A bancada é formada por alguns críticos ferrenhos de Bolsonaro, como o senador Omar Aziz (AM). Ele presidiu a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19, no ano passado. A comissão aprovou um relatório que aponta suspeitas de diversos crimes cometidos pelo presidente no âmbito da pandemia. Há também o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco que, até então, é pré-candidato à presidente da República.

No caso de Pacheco, a avaliação de alguns é que o convite feito a Silveira é justamente uma forma de o governo conseguir se aproximar do presidente do Senado. Com diversas pautas a serem aprovadas ainda neste ano, é na Casa dos senadores que o governo enfrenta mais problemas, com matérias travadas. E ainda que Pacheco seja pré-candidato à presidência, ele não tem se movimentado como tal. Senadores avaliam, então, que no fim das contas, Silveira deve decidir com Pacheco se assume ou não a liderança.

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Antes de definir o nome de Silveira, outros senadores foram sondados pelo governo, como Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS). Como são possíveis candidatos aos governos dos seus estados, houve entendimento de que não haveria viabilidade.

O senador Lucas Barreto (AP) também foi convidado informalmente, mas não aceitou. O parlamentar disse que já foi více-líder do governo, e que agora trabalha pelas eleições em seu estado, sendo possível que seja candidato ao governo. Barreto diz que a nível de bancada, não há grande impacto se Silveira decidir se4 líder, mas que ele precisa avaliar o custo benefício. "Não sei se agregaria", afirma.

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O PSD tem uma reunião marcada no dia 1º de fevereiro para tratar do retorno dos trabalhos legislativos. Apesar de a maior parte da bancada do PSD ver com preocupação a posição de Silveira como líder de governo, a legenda conta com posições mais alinhadas ao governo.

Estratégias internas

Até o momento, a única e última declaração de Silveira foi publicada no Twitter, no último dia 20. Na ocasião, ele confirmou que recebeu o convite do presidente. Mas, como ainda assumiu o cargo de senador, não pode "considerar a avaliação da proposta no momento".

"Meu objetivo é, com responsabilidade e muito trabalho, cumprir um mandato que orgulhe os mineiros e as mineiras, independente de governos ou ideologias", afirmou. O suplente ainda disse acreditar que o convite se deu pela "capacidade de diálogo e disposição para discutir os projetos que interessam aos brasileiros, acima de qualquer ideologia ou questão partidária".

Bolsonaro, no entanto, já confirmou que Silveira aceitou o convite, mesmo o mineiro não confirmando oficialmente. Ao R7, Silveira preferiu não comentar o assunto. O presidente Gilberto Kassab ainda está se recuperando da Covid-19.

Além de ser suplente de Anastasia, Silveira é presidente do PSD em Minas Gerais e é um dos fundadores do partido, em 2011, mais um motivo pelo qual a situação é delicasa. No Senado, ele é uma figura bem vista pelos colegas, e que dialoga com todos.

Saída de Bezerra

O governo começou o trabalho de procurar um novo líder depois que o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) deixou o cargo após uma dura derrota na votação da indicação ao cargo de ministro do TCU, em dezembro. Na época, Bezerra tinha acabado de articular a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios. Sem apoio do governo ao cargo do TCU, ele conseguiu apenas sete votos dos senadores.

Nos bastidores, o que se falou foi que Bezerra ficou chateado com a referida falta de apoio, e que após a derrota, outros senadores não se sentiram estimulados a ocupar o cargo deixado pelo colega. 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a atuar em prol de Bezerra no começo das articulações ao TCU, mas recuou no decorrer do processo. Após a votação, Flávio disse ao R7 que não se tratou de recuo, mas que parou de pedir votos por orientação de Bolsonaro, que pediu neutralidade e afirmou que a decisão caberia ao Senado.

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