Quem é o ‘Careca do INSS’, lobista preso em nova operação da PF
Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado como um dos principais operadores do esquema bilionário de fraudes em benefícios do INSS
Brasília|Do R7, em Brasília, com informações do Estadão Conteúdo
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) o empresário e lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores do esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Antunes foi alvo da Operação Cambota, desdobramento da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril.
Preso no Distrito Federal, ele é citado em relatórios da PF como responsável por intermediar pagamentos de vantagens indevidas a servidores do INSS em troca da manutenção das irregularidades.
Leia mais
Segundo as investigações, pessoas e empresas ligadas ao lobista receberam R$ 48,1 milhões de associações suspeitas de promover descontos ilegais em benefícios de aposentados, além de R$ 5,4 milhões de empresas ligadas a essas entidades. Ao todo, foram R$ 53,5 milhões em repasses.
A PF aponta que, desse montante, R$ 9,3 milhões teriam sido direcionados a servidores do INSS suspeitos de corrupção. Antunes é descrito no inquérito como o “pagador de vantagens indevidas” e alguém “profundamente envolvido” no esquema de descontos ilegais.
Ele havia sido convocado e iria nesta segunda-feira (15) à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS.
Além de Antunes, a operação prendeu também o empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser sócio oculto da Ambec (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos), terceira maior beneficiária das fraudes.
O escritório de advocacia Nelson Willians, que segundo a investigação teria recebido recursos de envolvidos no esquema, foi alvo de buscas.
As investigações apontam crimes de impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além de possível obstrução das apurações por parte de alguns dos investigados.
Entenda o caso
Em abril deste ano, um esquema bilionário de fraudes no INSS foi revelado pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).
De acordo com investigação, de 2019 a 2024, aposentados e pensionistas do INSS foram vítimas de associações e sindicatos, que os incluíram como associados sem consentimento e descontaram valores de seus benefícios. O prejuízo foi estimado em R$ 6,3 bilhões.
Entre os alvos da Operação Sem Desconto, estava o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Além dele, três servidores do órgão foram afastados de seus cargos por determinação da Justiça:
- Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
- Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
- Jucimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.
A investigação também resultou no afastamento do Procurador-Geral junto ao INSS, Virgílio Oliveira Filho, e de um agente da PF, que não teve o nome divulgado.
Além deles, A Polícia Federal também investiga o empresário Antônio Carlos Antunes, conhecido como o “careca do INSS”. De acordo com relatório da corporação, ele era intermediário financeiro das entidades associativas.
Perguntas e Respostas
Quem é Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”?
Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, é um empresário e lobista preso pela Polícia Federal. Ele é apontado como um dos principais operadores de um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS.
Qual foi a razão da prisão de Antunes?
Antunes foi preso durante a Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes no INSS. Ele é acusado de intermediar pagamentos de vantagens indevidas a servidores do INSS em troca da manutenção de irregularidades.
Quais valores estão envolvidos nas fraudes?
As investigações indicam que pessoas e empresas ligadas a Antunes receberam R$ 48,1 milhões de associações suspeitas de promover descontos ilegais em benefícios de aposentados, além de R$ 5,4 milhões de empresas relacionadas. No total, foram R$ 53,5 milhões em repasses, dos quais R$ 9,3 milhões teriam sido direcionados a servidores do INSS suspeitos de corrupção.
Qual o papel de Antunes no esquema de fraudes?
Antunes é descrito no inquérito como o “pagador de vantagens indevidas” e alguém “profundamente envolvido” no esquema de descontos ilegais.
O que mais foi descoberto durante as investigações?
Além de Antunes, a operação prendeu o empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser sócio oculto da Ambec, uma das associações beneficiárias das fraudes. O escritório de advocacia Nelson Willians também foi alvo de buscas por supostamente ter recebido recursos de envolvidos no esquema.
Quais crimes estão sendo investigados?
As investigações apontam crimes como impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além de possível obstrução das apurações por parte de alguns investigados.
Qual foi o impacto das fraudes no INSS?
De acordo com as investigações, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas do INSS foram vítimas de associações e sindicatos que os incluíram como associados sem consentimento, resultando em um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.
Quem mais foi afastado devido às investigações?
Além de Antunes, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e três servidores do órgão foram afastados por determinação da Justiça. O Procurador-Geral junto ao INSS, Virgílio Oliveira Filho, e um agente da PF também foram afastados.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp