Relatora da CPMI pedirá acareação entre Torres e ex-diretor da Polícia Federal na Bahia
Eliziane quer confrontar versões da suposta tentativa de dificultar chegada de eleitores de Lula aos locais de votação no 2º turno
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pode votar já na próxima sessão uma pedido de acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor da Polícia Federal na Bahia Leandro Almada. O pedido parte da relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Eu já protocolei durante a sessão da comissão esse documento solicitando a acareação”, declarou a parlamentar ao R7.
O confronto entre as versões tem como ponto de partida a afirmação de Torres, durante o depoimento à CPMI nesta terça-feira (8), de que não houve nenhuma orientação à Polícia Federal por parte dele nas operações durante o segundo turno das eleições de 2022.
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A declaração do ex-ministro da Justiça diverge de um depoimento dado por Almada, que afirmou a investigadores ter havido um pedido de Torres para atuação conjunta entre a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em blitze na Bahia. A investigação apura a suspeita de bloqueios em cidades do Nordeste onde havia vantagem eleitoral do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma estratégia para cercear o direito de voto desses eleitores.
“Almada afirma em depoimento que a reunião que ocorreu na Bahia foi uma reunião para fazer um planejamento dos pontos de votação onde o então candidato à presidência Lula teria uma maior proeminência de votos. Já Torres diz que não, que foi uma reunião apenas para tratar da sede da Polícia Federal. Há um ponto claro de uma incongruência, que é o que a gente precisa compatibilizar”, justificou a relatora à reportagem.
Torres disse não temer um depoimento frente à frente com Almada. “Não estou dizendo que ele mentiu. Estou dizendo que não foi tratado dessa forma”, disse o ex-ministro, e completou que “jamais orientaria a Polícia Federal a fazer um trabalho que não é dela”.
A expectativa da relatora é que esse pedido de acareação já seja votado na próxima sessão, que deve ocorrer na quinta-feira (10).