Um agente administrativo da PF agrediu um menino com golpes de sandália no rosto em um condomínio no Guará II
ReproduçãoA administração do condomínio Sports Club, no Guará II (no Distrito Federal), publica uma nota de repúdio posicionando-se contra o ataque de um agente administrativo da Polícia Federal contra uma criança que mora no local. Em 26 de setembro, o homem identificado como Daniel Peruzzo foi filmado segurando o garoto pelo braço e desferindo golpes com uma sandália no rosto da vítima, que tentava, sem sucesso, se desvencilhar, porque o menino teria escondido o calçado da filha do agressor. Segundo o texto divulgado, o crime foi “absolutamente repudiável”.
O grupo afirmou, porém, que não pode ser responsabilizado pelo ato de violência. “Em nome da coletividade, a administração do condomínio ressalta que a conduta do visitante é absolutamente repudiável, porém trata-se de um caso que deve ser tratado nas instâncias cabíveis”, afirma a nota. “Ademais, cabe ressaltar que o condomínio não pode ser responsabilizado por atos imprevisíveis de terceiros, mesmo que os atos tenham ocorrido nas áreas comuns”, continua.
Na nota, a administração também destaca que colaborou ativamente com a Polícia Civil na investigação, fornecendo as filmagens do crime. “No presente caso, a administração do condomínio forneceu todos os meios disponíveis para a apuração dos fatos e respondeu aos questionamentos feitos, sempre no limite da sua competência, conforme estabelecido na Convenção/Regimento Condominial.
Peruzzo estava lotado no Ministério da Justiça, mas foi exonerado do cargo após o incidente. Ele responde por ameaça, injúria e lesão corporal, e também poderá enfrentar um processo administrativo na Polícia Federal. Embora não more no prédio, ele frequenta o local para visitar a filha. Nas filmagens, é possível ver os golpes. São pelo menos quatro, todas no rosto da vítima. Os dois últimos acertam diretamente no nariz.
O delegado-chefe da 4ª Delegacia de Polícia (Guará), Anderson Espíndola, concluiu o inquérito três dias depois do fato e encaminhou o documento ao Juizado Especial Criminal da região administrativa. Aos agentes, Peruzzo se limitou a falar sobre o momento em que os meninos provocaram a filha. “Ele fala apenas até o momento em que os meninos mexem com a filha dele. Qualquer pergunta sobre o fato ou imagem dele agredindo (o menino), disse que não iria responder”, disse Espíndola.