Brasília Agente administrativo da PF agride menino com chineladas no rosto

Agente administrativo da PF agride menino com chineladas no rosto

O ato de violência aconteceu em um condomínio no Guará II. O agressor responderá por ameaça, injúria e lesão corporal

  • Brasília | Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

O agente administrativo da PF agrediu um menino com golpes de sandália no rosto

O agente administrativo da PF agrediu um menino com golpes de sandália no rosto

Reprodução

Um agente administrativo da Polícia Federal agrediu um menino com chineladas no rosto em um condomínio no Guará II. O ato de violência, no entanto, foi captado pelas câmeras de segurança do local. Daniel Peruzzo, que é lotado em Natal (RN) - mas é cedido pela corporação para o Ministério da Justiça - responderá por ameaça, injúria e lesão corporal. Ele não mora no prédio, mas frequenta o local para visitar a filha.

Ele já foi visto, inclusive, dando bronca nos meninos em outras ocasiões. A agressão ocorreu após um desentendimento entre as crianças. O menino teria pego o chinelo da filha de Peruzzo e feito outras provocações. Em vez de procurar os pais do garoto, no entanto, o homem decidiu agredir fisicamente a vítima repetidamente, no rosto.

As imagens são fortes. Primeiro, Peruzzo é visto saindo da escada de incêndio e entrando na garagem do condomínio. Na sequência, dois garotos um pouco mais velhos descem, também pela escada de incêndio para ver o que está acontecendo. De repente, um dos meninos corre de volta para a escada.

Na sequência, Peruzzo aparece segurando a criança com um dos braços. O menino tenta se desvencilhar, mas não consegue. Ao mesmo tempo, o agente administrativo desfere os golpes. Nas imagens, é possível ver quando o agressor desfere pelo menos quatro golpes com a sandália, todas no rosto da vítima. Os dois últimos acertam diretamente no nariz.

Depois do último golpe, o agente administrativo solta a criança, que é amparada pelo irmão mais novo, que também presenciou o ataque. O homem volta pela escada de incêndio e um dos meninos maiores que havia descido no começo da confusão volta por outro caminho e pega o elevador.

A investigação

A agressão aconteceu em 26 de setembro. As investigações, à cargo da 4ª Delegacia de Polícia, foram concluídas três dias depois, e o inquérito, encaminhado ao Juizado Especial Criminal. Aos agentes, Peruzzo se limitou a falar sobre o momento em que os meninos provocaram a filha. Questionado sobre as agressões e o vídeo, ele se reservou o direito de ficar calado.

“Ele fala apenas até o momento em que os meninos mexem com a filha dele. Qualquer pergunta sobre o fato ou imagem dele agredindo (o menino), disse que não iria responder”, contou o delegado-chefe da 4ª DP, Anderson Espíndola. “É uma criança. A pessoa precisa verificar suas atitudes. Não é normal isso, o adulto agarrar um menino daquela forma”, destacou Espíndola.

A mãe do garoto agredido disse à polícia que se sentiu ameaçada pelo agente, após tentar tirar satisfação sobre o ataque. “Conseguimos o vídeo com o condomínio e mandamos para o Judiciário. O vídeo está à disposição do juiz, junto com o inquérito”, destacou.

O condomínio

A família ainda deve processar o agressor na esfera cível e, também, o condomínio. O advogado que representa o conjunto habitacional, André Sarudiansky, do escritório Moreira Lamego Advogados, afirmou que não houve omissão por parte da administração local. “O condomínio é totalmente solidário com a família. Vai soltar uma nota de repúdio à conduta do agressor. Ele não é morador, é visitante. Mas, o condomínio não pode responder por atos de terceiros”, argumentou.

“O condomínio se solidariza muito com a família, os moradores. E tudo que é da alçada do condomínio, foi feito. Solicitou e forneceu as imagens à Polícia Civil. Estamos fazendo uma análise da conduta dele, também, para ver se é passível de alguma sanção, para aplicar a regra interna do condomínio. Essa é a esfera administrativa. A cível está em andamento. O essencial para a família é conseguir as provas, e a filmagem foi fornecida”, disse.

O R7 apurou que há possibilidade de Peruzzo sofrer uma investigação administrativa na Polícia Federal. Procurado por telefone, o agente administrativo não retornou as ligações da reportagem.

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