Risco de idoso morrer por Covid no DF é 33 vezes maior entre não vacinados
O dado faz parte de um levantamento divulgado durante a coletiva de imprensa da Secretaria de Saúde
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Nos primeiros 42 dias de 2022, a Secretaria de Saúde contabilizou 106 mortes por Covid-19. São mais de duas mortes por dia. O dado foi divulgado na coletiva de imprensa da pasta para informar as ações de combate à pandemia do governo do Distrito Federal. Ainda segundo o levantamento, desse total, 94 das vítimas, ou seja, 88,6%, tinham mais de 60 anos, enquanto 78 delas ainda sofriam com comorbidades.
A análise contabiliza as mortes até 7 de fevereiro. Para completar, a maioria das mortes está entre os não vacinados. Segundo apresentou a chefe do Cievs-DF (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal), Priscilleyne Reis, entre os idosos que perderam a luta contra a Covid-19, 82,3% não tinham se vacinado.
O levantamento contabilizou, ainda, 14 vítimas dentro da faixa etária que perderam a luta contra o vírus mesmo com o esquema de imunização. Nesses casos, no entanto, 12 tinham comorbidades e dois não tinham no registro de saúde alguma comorbidade, o que não descartaria a situação de fragilidade maior. A conclusão é que a mortalidade foi 33 vezes maior entre idosos não vacinados.
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“Isso mostra a importância da vacinação e urgência de que todos procurem completar o esquema vacinal com a dose de reforço”, destacou Priscilleyne Reis. Já segundo a subsecretária de Atenção Integral à Saúde, Paula Lawall, o DF tem 27,36% da população com o esquema vacinal completo, incluindo a dose de reforço ou adicional, e 78,81% com a segunda dose.
Vacinação infantil
Um dado positivo divulgado pela secretaria foi a vacinação infantil, que passou da marca dos 100 mil. “Já vacinamos até hoje 109.134 crianças de 5 a 11 anos, de um total de 268 mil, portanto em torno de 41%. Junto com a Secretaria de Educação, tínhamos feito um planejamento semana passada que iniciamos nesse dia 7 [segunda-feira] agora, com a vacinação de crianças em UBSs [Unidades Básicas de Saúde] dedicadas para a vacinação dos escolares”, ressaltou o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache.
Contando com o público infantil, 87,1% da população tomou pelo menos a primeira dose. Ainda de acordo com o secretário de Saúde, o governo trabalha com dois pregões, um regular e um emergencial, para abrir em torno de 100 leitos do hospital de campanha da Polícia Militar.
“Estamos aguardando a manifestação das empresas e segunda-feira vamos abrir o pregão. Também estamos encaminhando uma licitação emergencial. Talvez na terça-feira conseguiremos abrir o pregão. A empresa que conquistar terá até 15 dias para mobiliar e começar a operar. Isso se não ocorrer nenhuma interferência, questionamento judicial”, destacou.
HRAN
Conforme o R7 publicou, o governo também trabalha para tornar o HRAN (Hospital Regional da Asa Norte) uma unidade de atendimento exclusiva de Covid-19. Questionada, Paula Lawall garantiu que os pacientes atendidos pela unidade e que não estão com o vírus não ficaram desassistidos pelo sistema público de saúde.
Para isso, a pasta está elencando as cirurgias de acordo com a urgência de cada procedimento. A avaliação será feita semanalmente. “Temos trabalhado com os centros cirurgicos [da rede] para não gerar desassistência. Vamos fortalecer o atendimento de pacientes que precisam de diálise e hemodiálose”, afirmou.