Saiba quem é Lucinha Correia, empresária goiana que 'veste' a família Bolsonaro
Dona de lojas de camisetas com dizeres 'Deus, família & Brasil' falou com exclusividade ao R7
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
A mente por trás das camisetas usadas pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sejam peças lisas ou com frases estampadas, tem nome e sobrenome: Lucilene Correia. A empresária goiana, mais conhecida como Lucinha Correia, é dona da marca de camisetas que leva o nome dela.
Aos 42 anos, ela não esconde a idade. "Eu tenho cara de 30, então adoro falar minha idade verdadeira", contou, aos risos, à reportagem do R7, em conversa exclusiva. "Bem modesta", brincou a empreendedora, que se define como cristã e de direita.
A marca Lucinha Correia é uma das empresas parceiras da Bolsonaro Store, que vende calendários e canecas com fotos do ex-presidente. "Sou uma das empresárias que apoia o projeto do Eduardo. Cada mês tem a logo de uma empresa, o da Lucinha é março. Eu faço parte do projeto", explicou. A marca dela está ao lado de uma loja de ternos, um evento sobre armas no qual Eduardo Bolsonaro será um dos palestrantes e empresas de armas de fogo e munições.
Lucinha abriu a empresa de camisetas em 2012 na capital goiana, onde mora. Atualmente, a loja emprega 28 pessoas, com fábrica em Goiânia. "A marca é própria e 100% virtual. Trabalho com varejo e atacado e vendo semanalmente para Estados Unidos e Portugal.", comentou.
Além da própria família Bolsonaro, outros nomes da direita brasileira usam e promovem as peças de Lucinha, como a deputada federal Bia Kicis, o ex-ministro Onyx Lorenzoni e a apresentadora Antonia Fontenelle. Essas figuras são frequentes nas publicações da loja, com destaque para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que aparece usando as peças e ao lado de Lucinha.
O design autoral "Deus, família & Brasil", em fundo verde, ficou conhecido durante as eleições presidenciais de 2022. Não foi a primeira vez, contudo, que o modelo foi usado por apoiadores de Bolsonaro. Em setembro de 2022, em meio às manifestações pelo Dia da Independência, o look tornou-se quase obrigatório.
No entanto, Lucinha garante que a ligação com a política vem de antes. "Sou uma pessoa de direita. Nunca votei no outro lado, sempre fui política e defendi o lado que defendo, mesmo antes da marca, quando era empregada [de uma empresa de outro ramo], nunca fui de me calar. Obviamente que, dentro da minha própria empresa, isso é mais evidente, levo isso para o meu trabalho", apontou.
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A aproximação com os expoentes da direita aconteceu "naturalmente". "Elas começaram a usar minha marca porque se identificaram com minha conduta e meu trabalho. Eu entrego qualidade e faço para todo mundo", opinou.
A relação com o clã Bolsonaro começou por meio de Heloisa, casada com Eduardo, terceiro filho do ex-presidente. "A Heloisa usava minha marca. Então, em 2019, mandei, por ela, um presente de Natal para a [ex-primeira-dama] Michelle, com uma cartinha. Ela amou. Michelle me ligou para agradecer e disse que queria comprar para toda a família usar no Natal. Aí viralizou, mas eu já era conhecida na época", relembrou a empresária. A amizade se refletiu nos negócios, e Michelle e Heloisa passaram a emprestar os nomes a modelos de camisetas da marca.
No início da marca, Lucinha vendia itens com estampas, mas os campeões de procura eram as peças da chamada “moda combinandinha”, que coloca pais e filhos usando o mesmo modelo, mas em tamanhos diferentes. “Nessa época, celebridades que tinham acabado de ter filhos começaram a me procurar”, lembrou a empresária.
Questionada sobre a limitação que a política pode trazer para as vendas, Lucinha não se abate, apesar de admitir que perde clientes. “Não tem problema, eu não deixo de ser quem eu sou por A ou B. Os princípios e valores que defendo falam mais alto. Não me importo muito com a opinião de quem não conheço, mas sou uma pessoa aberta para conversar”, garantiu.