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R7 Brasília

Saúde recebeu 24 mil contribuições em consulta sobre vacina a crianças

Ministério informou o número nesta segunda-feira. Consulta pública foi concluída no domingo (2) às 23h59

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Em Viena, vacinação contra a Covid-19 de crianças começou em novembro do ano passado
Em Viena, vacinação contra a Covid-19 de crianças começou em novembro do ano passado

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (3) que recebeu 24 mil contribuições na consulta pública sobre a vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. A consulta foi aberta no dia 23 de dezembro e concluída no último domingo (2) às 23h59.

Em nota enviada à reportagem, a pasta ressaltou que "a recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão deste público no Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas Contra a Covid-19", mas que só formalizará sua decisão na próxima quarta-feira (5). "Mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária está prevista para iniciar em janeiro", afirmou, deixando a questão em aberto.

Será realizada na próxima terça-feira (4) uma audiência pública organizada pelo ministério sobre a vacinação de crianças. O R7 pediu à pasta a lista de especialistas que vão falar na ocasião, mas a pasta respondeu apenas que "foram convidados especialistas e representantes de entidades ligadas ao tema", sem informar os nomes. O anúncio da decisão sobre a imunização ocorre na quarta-feira (5).

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da vacina Comirnaty, da Pfizer, em crianças no dia 16 de dezembro, e desde então há muita resistência por parte do governo federal, com falas do presidente que questionam a segurança do imunizante. Jair Bolsonaro e o ministro Queiroga já se manifestaram favoráveis à exigência de prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas.


A medida, entretanto, é questionada por especialistas, que dizem que a ação pode retardar e dificultar a vacinação de parte da população que tem dificuldade de acesso a médicos. O ministro da Saúde chegou a criticar prefeitos e governadores contrários à exigência com o argumento de que a maioria não é da área médica.

No último dia 27, Bolsonaro afirmou que não vai vacinar a filha, Laura, que tem 11 anos, contra a Covid-19. "Espero que não haja interferência do Judiciário, porque a minha filha não vai se vacinar, [quero] deixar bem claro", afirmou, referindo-se ao STF (Supremo Tribunal Federal). Ele estava desde aquela data no litoral de Santa Catarina, em São Francisco do Sul, onde desfrutava alguns dias de férias com a família, mas passou mal na madrugada desta segunda-feira (3) e foi internado em São Paulo (SP).


Em pronunciamento no último dia 31, o presidente voltou a falar no assunto. “Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendemos que as vacinas para crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, afirmou.

A postura é amplamente criticada pela sociedade científica, tendo em vista que a vacinação foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A SBC (Sociedade Brasileira de Pediatria) já defendeu publicamente a vacinação de crianças contra a Covid-19. Outros órgãos e entidades também já se manifestaram em defesa da segurança da vacina em crianças, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que produz vacinas no Brasil.

A própria secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana de Melo, já informou em nota enviada ao STF que a vacinação em crianças de 5 a 11 anos é segura.

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