Diante de um cenário em que nove unidades da federação estão com ocupação de leitos de UTI em alerta crítico, ou seja, acima de 80% — segundo dados da Fiocruz — o Ministério da Saúde recomendou que adolescentes imunossuprimidos de 12 a 17 anos recebam a quarta dose da vacina contra a Covid-19. Imunossuprimidos são as pessoas com baixa imunidade, que fazem — por exemplo — hemodiálise, tratamento de câncer ou que convivem com HIV.
Entre as unidades federativas mais afetadas estão o Distrito Federal (99%), o Rio Grande do Norte (89%) e o Mato Grosso do Sul (92%). Já entre as capitais, 15 apresentam lotação igual ou superior a 80%. Os casos mais críticos são: Brasília (99%), Campo Grande (99%) e Goiânia (91%).
Segundo a pasta, a ideia é que a quarta dose seja aplicada nos adolescentes 4 meses depois da terceira. Pelo menos por enquanto, apenas a vacina da pfizer poderá ser usada. A quarta dose já começou a ser aplicada em vários estados de todas as regiões do país. O ministro Marcelo Queiroga, no entanto, pediu calma.
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"Essa ansiedade em querer abrir para a quarta dose, sem evidência científica, também não ajuda no enfrentamento da pandemia. É fundamental avançar na dose de reforço. O comitê técnico que apoia a SECOVID está analisando estas questões, para que esta quarta dose seja feita na população acima de 18 anos", disse o ministro.
Para especialistas, avançar na aplicação da terceira dose é fundamental. De acordo com o médico infectologista Hemerson Luz, para a população em geral, é necessário que estudos apontem essa necessidade de uma quarta dose. "Sabemos hoje que há um grande número de pessoas inadimplentes, que não completaram o esquema vacinal, que não fecharam ainda a segunda dose ou a dose de reforço," explicou.