‘Se for o que ele quer, não é muito’, diz Bolsonaro sobre Trump trocar tarifaço por anistia
Ex-presidente disse não saber o que Trump quer com nova taxa sobre o Brasil, mas defendeu anistia pelo 8/1 como moeda de troca
Brasília|Lis Cappi e Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) não saber das intenções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por trás da tarifa de 50% imposta ao Brasil, mas disse não ver problemas se Trump anular a taxação em troca da aprovação de anistia pelos atos do 8 de Janeiro em Brasília.
“Vocês dizem: ‘O Trump quer anistia’. Eu não sei o que ele quer. E se for o que ele quer, é muito? Se continuar 50%, todo mundo vai sofrer, especialmente os mais pobres. É muito ele pedir por anistia?”, indagou o ex-presidente.
A fala foi feita após Bolsonaro ser questionado sobre o que motivou os EUA a aumentarem o imposto sobre produtos brasileiros. Ao anunciar a medida, o Trump citou uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. A expressão voltou a ser reproduzida pelo norte-americano nesta semana, após a PGR (Procuradoria-Geral da República) pedir condenação do ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe de Estado.
“Eu acredito que é uma caça às bruxas, e não deveria estar acontecendo. E não é que eu o conheça. Ele não é como um amigo meu. Ele é alguém que eu conheço, e o conheço como um representante de milhões de pessoas, brasileiros. Ele ama o país, lutou muito por essas pessoas, e querem prendê-lo. E eu acho isso uma caça às bruxas. E eu acho isso muito lamentável”, disse Trump.
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Anistia x taxação
Aliados de Bolsonaro têm alegado que a taxação dos EUA pode ser suspensa caso a anistia aos atos extremistas de 8 de Janeiro seja aprovada no Brasil. De outro lado, há a ponderação de que o movimento seria uma interferência política estrangeira.
Atualmente, o texto da proposta que tramita na Câmara dos Deputados poderia beneficiar o ex-presidente em uma eventual condenação. Nos bastidores, há o debate por uma alternativa que alcance apenas os que participaram de atos, sem relação a Bolsonaro.
Não há qualquer indicação de que a proposta possa ser analisada em um futuro próximo na Câmara.
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