CPMI do 8 de Janeiro deve votar quebra de sigilo de Zambelli e pode reconvocar Mauro Cid
O presidente da comissão pôs na pauta de quinta 57 novos pedidos; quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle ficou de fora
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
As quebras de sigilo que miram a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e seu entorno, além de uma nova convocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, são os destaques da pauta de votação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro. Ao todo, são 57 pedidos de informações e depoimentos incluídos na sessão de quinta-feira (24).
A decisão do presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), ocorre após membros não chegarem a um acordo sobre os itens a serem votados, o que acarretou o cancelamento da sessão desta terça-feira (22). Como a ala governista é maioria no colegiado, a expectativa é que, mesmo com resistência da oposição, Zambelli tenha as quebras de sigilo aprovadas.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Familiares e assessores de Zambelli também estão na mira da CPMI. O que embasou os pedidos da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) foi o depoimento do hacker Walter Delgatti. Ele afirmou que recebeu da parlamentar pagamento de R$ 40 mil para tentar invadir o sistema judiciário e pôr a segurança da instituição sob suspeita.
Há requerimentos para quebrar o sigilo do deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), do coronel Antonio Aguinaldo de Oliveira e de Renan Cesar Silva Goulart. Eles são, respectivamente, irmão, marido e motorista da deputada e estão sob suspeita de participar, de alguma forma, da suposta parceria entre Zambelli e o hacker.
Militares
A relatora também quer reconvocar Mauro Cid “em parte em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada”.
Outros três militares ligados à ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter os sigilos quebrados. São alvos o coronel Marcelo Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e o sargento Luis Marcos dos Reis.
Há também pedido de convocação de Crivelatti. Já o sargento Reis presta depoimento nesta quinta-feira (24) na CPMI.
Segundo turno das eleições
A CPMI também deve votar a quebra de sigilo de servidores que teriam planejado e executado bloqueios em rodovias no segundo turno das eleições presidenciais. A investigação mostra concentração das atividades em locais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha maior número de eleitores, com o objetivo de dificultar a chegada dessas pessoas aos locais de votação.
Está na lista a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília Ferreira de Alencar, além de servidores da PRF.
Atos extremistas
A CPMI também pode votar a convocação de integrantes da Polícia Militar do DF com o objetivo de identificar quem determinou a abertura da Esplanada, que acarretou a invasão dos prédios dos Três Poderes. Estão na lista o coronel Marcelo Casimiro, preso em operação da Polícia Federal da sexta-feira (18), e o subtenente Beroaldo José de Freitas, que atuou na linha de frente para tentar conter os manifestantes.
O esquema de aluguel de ônibus para transportar manifestantes a Brasília também é tema contemplado pelos requerimentos da pauta. A ideia é aprofundar a investigação sobre os financiadores das caravanas.