Senado vai debater segurança nas escolas após ataques e mortes
Audiência pública deve servir de base para o debate de um projeto de lei que prevê controle mais rígido de entrada e saída das escolas
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A violência nas escolas vai ser tema de ao menos duas audiências públicas na Comissão de Educação do Senado. Nesta terça-feira (11), foi aprovado um requerimento para ouvir pesquisadores, além de representantes dos ministérios da Educação, dos Direitos Humanos, das Comunicações, da Saúde e da Cultura.
O pedido de audiência foi motivado pelos ataques recentes a escolas em Santa Catarina, São Paulo, Amazonas e Goiás. No caso mais grave, quatro crianças morreram e outras quatro ficaram feridas no ataque a uma creche em Blumenau (SC).
Segundo o presidente da comissão, senador Flávio Arns (PSB-RR), os debates devem servir de base para a votação do projeto de lei (PL) 2.256/19, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT), que estabelece diretrizes para garantir a segurança física e mental dos membros da comunidade escolar. O texto foi aprovado em 2019 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda relatório do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) no colegiado da Educação.
"O que estamos vendo é uma violência descabida contra as escolas. Não é uma violência nas escolas, é contra as escolas", destacou Arns.
"Essa questão é orquestrada. Não são lobos solitários. Eles tramam isso durante um ano inteiro, como se vestir, como fazer, quem é o mais corajoso, se vai se suicidar no final, se vai se entregar à polícia. Essa coisa é coordenada via internet. Precisamos investigar", completou o senador Magno Malta (PL-ES). A data da audiência pública ainda não foi marcada.
Últimos casos
Nesta terça-feira (11), um aluno de 13 anos foi apreendido após atacar a faca alunos de um colégio de Santa Tereza de Goiás (GO), a mais de 350 km da capital, Goiânia. Segundo a Polícia Militar, três pessoas ficaram feridas e foram socorridas para um hospital da cidade.
Na segunda-feira (10), um aluno, também armado com uma faca, atacou dois estudantes e uma funcionária em um colégio particular de Manaus (AM). As três vítimas tiveram ferimentos leves e o estudante foi apreendido.
Em março, uma professora de 71 anos foi morta dentro de sala de aula por um estudante de 13. O caso aconteceu na Escola Estadual Thomazia Montoro, zona oeste de São Paulo. O adolescente usava máscara de caveira durante o ataque, o objeto é semelhante à máscara utilizada no massacre em Suzano e no atentado em Aracruz (ES). A bandana preta com a estampa de caveira desenhada, tampando boca e nariz, é símbolo de supremacistas americanos.