‘Será que o momento é correto?’, questiona economista sobre gasto bilionário com defesa

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (3) um projeto que autoriza que o governo federal gaste até R$ 5 bilhões por ano em defesa nacional fora do teto de gastos. O texto já foi aprovado pelo Senado e segue à sanção do presidente Lula.

Em entrevista ao Conexão Record News desta terça-feira (4), o economista Miguel Daoud diz que o gasto é necessário para que as Forças Armadas possam evoluir, mas questiona o momento da decisão.

“Será que o momento é correto? E a forma é correta? Porque você dizer ‘olha, eu vou investir R$ 5 bilhões a mais nas nossas forças fora do teto de gastos’, isso não quer dizer nada. Na realidade o que você está é aumentando sua dívida”, diz o economista.

Daoud aponta que o país tem uma dívida próxima de R$ 8 trilhões, que custa aos governos (federal, estaduais e municipais) R$ 1 trilhão por ano. O economista explica que retirar os gastos do teto de gastos não remove o valor da dívida.

Para o economista, o endividamento é a principal causa da busca pelo aumento da arrecadação do governo. “Se está na dívida com uma taxa de 15% que nós estamos falando agora, como é que vai fazer? Como é que o Brasil vai ter atividade econômica? Aí a gente começa a perceber a vontade de arrecadar cada vez mais”, conclui.

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