Sergio Moro se filia ao Podemos nesta quarta-feira
Candidatura a cargos eletivos é possível porque o código eleitoral que determina quarentena de ex-juízes só passa a valer em 2026
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro vai se filiar ao Podemos nesta quarta-feira (10). A filiação está marcada para as 9h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e será transmitida pelo novo canal de Moro no YouTube.
A presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), comemorou a filiação. “Estamos extremamente honrados e felizes com o ingresso de Sergio Moro no nosso Podemos. Muito nos orgulha tê-lo nas fileiras do Podemos, por tudo o que ele representa e já fez pelo país. Trata-se de uma pessoa singular, íntegra e muito capacitada."
O ex-juiz — que ganhou notoriedade na Operação Lava Jato — ainda não definiu a qual cargo eletivo deve se candidatar, mas é visto como potencial candidato da terceira via à Presidência da República ou ao Senado Federal por São Paulo.
A candidatura de Sergio Moro é possível porque a exigência do novo código eleitoral de quarentena de quatro anos após o desligamento de juízes, militares e policiais antes que eles possam disputar cargos eletivos só passa a valer em 2026.
Moro lidera pesquisas em três cenários na disputa por vaga no Senado por São Paulo
De acordo com uma pesquisa do Instituto Realtime Big Data, Sergio Moro lidera em três cenários a disputa por uma vaga ao Senado por São Paulo em 2022. O levantamento foi divulgado pelo Jornal da Record.
Na pesquisa que mostra Moro à frente numa hipotética disputa ao Senado por São Paulo, o ex-juiz chega a registrar 30% das intenções de voto em um dos cenários simulados. A pesquisa foi realizada com 1.200 entrevistas no estado de São Paulo, entre os dias 5 e 8 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Ex-ministro de Bolsonaro
Sergio Moro foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas anunciou sua demissão após um ano e quatro meses no primeiro escalão do Planalto, em abril de 2020. Segundo o ex-ministro, sua demissão foi motivada pela troca na direção-geral da Polícia Federal. Por ordem de Bolsonaro, Maurício Valeixo, indicado por Moro, foi afastado do cargo.
O ex-juiz federal argumenta que o presidente da República realizou a troca no comando da PF para "colher" informações e relatórios de inteligência. "Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo", disse Moro na época. Após a saída do governo, Moro despontou em pesquisas eleitorais como um dos principais adversários de Bolsonaro no pleito de 2022.