‘Símbolo de máxima humilhação’, diz Bolsonaro sobre tornozeleira
Ex-presidente mostrou aparelho durante visita à Câmara dos Deputados e disse ser ‘covardia’ o que fazem com ele
Brasília|Rute Moraes e Lis Cappi, do R7, em Brasília
Após reunião com a bancada da oposição na Câmara dos Deputados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira (21), que a tornozeleira eletrônica instalada na semana passada por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) é um “símbolo de máxima humilhação”. Ele mostrou o equipamento aos jornalistas que estavam no local.
“Não roubei os cofres públicos, não roubei recursos públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é um símbolo da máxima humilhação desse país”, afirmou Bolsonaro a jornalistas.
“Uma pessoa inocente. É uma covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da república. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, prosseguiu.
Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro tem que cumprir uma série de medidas cautelares, como não usar redes sociais nem sair de casa entre 19h e 6h de segunda a sexta. Nos fins de semana e em feriados, o ex-presidente tem que ficar em casa o tempo inteiro.
Nesta segunda, Moraes explicou que a proibição a redes sociais também vale para transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas de Bolsonaro em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros.

Ao chegar à Câmara para a reunião desta segunda, Bolsonaro tinha prometido conceder uma entrevista coletiva à imprensa, mas desistiu por receio de desrespeitar a ordem de Moraes.
Contudo, ele falou rapidamente com a imprensa no momento que estava indo embora.
As declarações na saída da Câmara não estavam previstas, segundo relataram três deputados que participaram do encontro ao R7. Um dos deputados considera, sob reserva, que a fala de Bolsonaro não pode fazer com que ele seja preso, mesmo contrariando a decisão do ministro.
A avaliação desse político é de que a decisão seria “recente” e, por isso, poderia não ser aplicada à saída do Congresso. A decisão de falar, no entanto, contrariou recomendações de advogados do político, que pediram para que ele não falasse com jornalistas. Essa decisão fez com que ele cancelasse duas entrevistas previstas nesta tarde.
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