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R7 Brasília

Subprocurador diz que Bolsonaro lembra vilão de Jim Carrey e pede ao TCU para acompanhar operação

De acordo com ofício de Lucas Rocha Furtado enviado à Corte, o enredo de Desventuras em Série 'faz lembrar o ex-presidente'

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Polícia Federal fez buscas na casa de Bolsonaro
Polícia Federal fez buscas na casa de Bolsonaro

Em ofício encaminhado nesta quarta-feira (3) ao Tribunal de Contas da União (TCU), o subprocurador-geral do Ministério Público junto à Corte Lucas Rocha Furtado diz que um filme estrelado pelo ator canadense Jim Carrey "faz lembrar o ex-presidente" Jair Bolsonaro (PL). O ofício faz referência à operação deflagrada pela Polícia Federal que teve como um dos alvos o ex-chefe de Estado.

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"Na data de hoje, às seis horas da manhã, a Polícia Federal bateu à porta do ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Ao ver esta notícia hoje lembrei-me do filme Desventuras em Série, estrelado pelo comediante Jim Carrey, que fez o papel de um tio malvado, e conta uma história que me faz lembrar o ex-presidente", diz trecho do documento.


O filme conta a aventura do vilão em busca de uma fortuna. O documento escrito pelo subprocurador-geral foi enviado ao presidente do TCU, ministro Bruno Dantas. No texto, Furtado aciona o TCU com requerimento de medida cautelar para acompanhar e apurar os desdobramentos, circunstâncias e possíveis irregularidades cometidas por agentes públicos.

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"Cautelarmente, conferir a urgência necessária no exame da presente representação, para que haja a devida concomitância com as ações desenvolvidas no âmbito da Operação Venire, cabendo solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o compartilhamento das informações do respectivo inquérito", pede Furtado.


"Dar ciência desta representação ao Ministério Público Federal, à Controladoria-Geral da União e à Comissão de Ética Pública", completa o subprocurador-geral.

Entenda a Operação Venire

A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (3) 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva na Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema ConecteSUS, do Ministério da Saúde. Entre os beneficiados ilegalmente estariam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a filha dele, Laura Bolsonaro.


Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão inclusive na casa de Jair e Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido.

Foram presos os ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

De acordo com a Polícia Federal, as inserções falsas foram feitas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O crime teria sido praticado para burlar restrições sanitárias e viajar para países como os Estados Unidos, que exigiam vacinação à época para entrar no país. As informações foram excluídas posteriormente.

"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", afirma a corporação.

Os envolvidos são investigados por crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que investiga as chamadas “milícias digitais”, supostas organizações de difusão de informações falsas na internet com objetivo de influenciar resultados eleitorais e atentar contra a democracia.

O nome da operação deriva do princípio jurídico “venire contra factum proprium”, que significa “ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. De acordo com nota da Polícia Federal, “é um princípio base do direito civil e do direito internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa”.

O ex-presidente afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante por "decisão pessoal". "Fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo", completou.

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