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R7 Brasília

Surpreso com ‘tom ofensivo’ da Venezuela, Brasil diz que regime opta por ‘ataques pessoais’

Regime de Maduro publicou foto nas redes sociais com silhueta de Lula e ameaça: ‘Quem mexe com a Venezuela se dá mal’

Brasília|Plínio Aguiar e Ana Isabel Mansur, do R7 em Brasília

Regime venezuelano usa foto de silhueta de Lula e diz: ‘Quem mexe com a Venezuela se dá mal’ Reprodução/Polícia Nacional Bolivariana

O Ministério das Relações Exteriores afirmou nesta sexta-feira (1º) estar surpreso com o “tom ofensivo” usado pela Venezuela contra o Brasil nas últimas semanas. Em nota, o Itamaraty destacou que o país vizinho escolhe fazer “ataques pessoais” em vez de usar os “canais diplomáticos”. O texto do Executivo brasileiro foi feito em resposta a uma publicação do governo venezuelano na quinta-feira (31), escrita em tom ameaçador e com referências a Lula.

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“O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais. A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo”, afirmou o texto do governo brasileiro (leia a nota completa abaixo).

Nessa semana, a Polícia Nacional Bolivariana, comandada pelo ditador Nicolás Maduro, publicou uma foto com a silhueta do petista, a bandeira do Brasil e a frase: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”. “Nossa Pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”, diz a legenda da publicação nas redes sociais.

A relação entre os dois países está desgastada desde a reeleição de Nicolás Maduro, ocorrida em 28 de julho deste ano. O Brasil não reconheceu a vitória do ditador diante da falta de informações sobre o pleito. O venezuelano teve a vitória questionada pela comunidade internacional.


Outro desgaste ocorreu em outubro, quando o Brasil vetou o ingresso de Caracas como parceira dos Brics. Na ocasião, o governo brasileiro se articulou para que o regime de Maduro não entrasse no grupo. Ao todo, 13 nações foram chamadas, entre elas Cuba e Bolívia.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela convocou, também nesta semana, o embaixador do país no Brasil para consultas em um sinal de insatisfação. Em comunicado, o regime de Maduro fez críticas a autoridades brasileiras, entre elas o assessor especial da Presidência da República Celso Amorim, chamado de “mensageiro do imperialismo norte-americano”.


Em meio à crise entre os países, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse que pediria ao Poder Legislativo que declarasse Amorim “persona non grata” pela posição “absolutamente prostrada aos desígnios do império agressor” contra o país.

Nota do Itamaraty em resposta à publicação venezuelana

O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais.


A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.

O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos.

O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho.

O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo.

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