O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma conversa sobre a proposta da reforma tributária. O encontro deve acontecer na quinta-feira (6), na véspera da votação da matéria no plenário. Apesar de afirmar que não tem a intenção de convencer o ex-chefe do Executivo a apoiar o texto, a movimentação é vista como uma forma de atrair votos favoráveis dos parlamentares do PL. "Eu vou trazer argumentos que me fizeram acreditar na reforma tributária. O presidente tem uma larga experiência, é uma grande liderança, quem sou eu para convencer alguém de alguma coisa. Eu só vou colocar aquilo que estou enxergando na reforma", disse após reunião com a bancada do Republicanos, em um encontro que decidiu apoiar o texto do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Na terça-feira (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota com críticas ao projeto encaminhado pelo atual governo. Segundo ele, a reforma sugerida “aumenta de forma absurda impostos da cesta básica, retira a capacidade de investimento dos estados e subtrai recursos dos municípios”. "A atual reforma tributária do PT vai na contramão do que fizemos. Caso tivesse um mínimo de coerência, o atual governo deveria manter a nossa política econômica que deu certo: menos impostos, mais arrecadação", afirmou. "O presidente do PL e seu líder na Câmara dos Deputados encaminharão, junto aos seus 99 deputados, pela rejeição total da PEC da Reforma Tributária", finalizou. Apesar disso, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirmou que o partido não fechou questão sobre o tema. Segundo o líder, a "movimentação de Tarcísio está sensibilizando a bancada". "Estamos esperando as modificações ao texto. São várias situações, várias coisas. Tem a questão do conselho e do agronegócio”, afirmou Côrtes, ao sair de uma reunião com integrantes do partido, incluindo o presidente nacional, Valdemar Costa Neto. Valdemar não comentou as articulações em torno da proposta. A bancada do Republicanos na Câmara vai apoiar o texto da reforma tributária. No entanto, a legenda condicionou o apoio a alterações no texto. Segundo o presidente do partido, Marcos Pereira, o relator acatou os ajustes sugeridos ao texto. A principal mudança tem a ver com a governança do Conselho Federativo, que vai ser responsável por gerir os impostos estaduais e municipais. Tarcísio de Freitas não se opõe à centralização da arrecadação, mas propôs mudanças na forma como o grupo vai ser administrado, garantindo que estados mais populosos tenham maior representação no órgão. Outro ponto tem a ver com o critério de distribuição do Fundo de Desenvolvimento Regional. Pela discussão atual, a ideia é fazer uma divisão inversamente proporcional ao PIB, privilegiando estados mais pobres. Tarcísio é contra e pede que outros fatores sejam considerados, como o número de pessoas inscritas no Cadastro Único e a quantidade de beneficiários do Bolsa Família.