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Tarifaço: Brasil é um dos países que mais impõem barreiras não tarifárias do mundo, diz estudo

Dado foi usado como justificativa por Donald Trump para taxar o Brasil em 50%

Brasília|Do R7

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Donald Trump diz que as relações comerciais com o Brasil são 'injustas' White House/ reprodução

O Brasil é um dos países que mais impõem barreiras não tarifárias para importação de produtos. Segundo estudo da BTG Pactual, 86,4% dos produtos comprados pelo Brasil são submetidos a alguma barreira não tarifária, enquanto a média do mundo é de 72%. Isso faz com que o Brasil esteja “entre as economias mais fechadas do mundo”.

Esses entraves não dizem respeito a impostos, e sim a medidas como regras e regulamentações sanitárias e fitossanitárias. Essa foi uma das justificativas do presidente norte-americano, Donald Trump, para impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Segundo ele, a medida tem como intuito “corrigir anos de políticas tarifárias e não tarifárias do Brasil”.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Brasil impõe muitas barreiras não tarifárias à importação de produtos.
  • 86,4% dos produtos importados pelo Brasil enfrentam essas barreiras, acima da média mundial de 72%.
  • Barreiras incluem regras e regulamentações sanitárias, não apenas impostos.
  • Donald Trump argumenta que tarifas de 50% visam corrigir políticas tarifárias brasileiras.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Segundo o estudo, as barreiras sanitárias e fitossanitárias do Brasil podem ter um impacto restritivo equivalente a tarifas médias de até 34%, dependendo do setor, variando entre 20% e 40% em setores específicos.

Caso o Brasil seja obrigado a diminuir essas barreiras, ficaria mais exposto a produtos importados, o que aumentaria a concorrência para a produção nacional. Os setores mais afetados seriam de insumos básicos, como a metalurgia, e o vestuário e têxteis.


Apesar disso, os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil há quase 20 anos. Ou seja, o Brasil compra mais dos norte-americanos do que eles do Brasil.

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A nova tarifa de Trump entra em vigor em 1° de agosto. O Brasil tenta negociar com os Estados Unidos para que a medida seja revista. O país foi atingido pela maior taxa entre os que foram tarifados. O Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, tem se reunido com empresários para discutir medidas a serem tomadas.


“Estamos em conversa com o governo americano pelos canais institucionais e de forma reservada”, afirmou a jornalistas após nova rodada de discussão com os setores atingidos pelo tarifaço de Trump, na segunda-feira (21).

Também na segunda, Lula negou haver uma “guerra tarifária” entre Brasil e Estados Unidos. “Não estamos numa guerra tarifária. Ela vai começar na hora em que eu der a resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião”, disse Lula a jornalistas em Santiago, capital do Chile.


Razões de Trump para a tarifa

O presidente Donald Trump anunciou no dia 9 de julho a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, a mais alta já aplicada por ele. Em carta ao presidente Lula, Trump disse que há desequilíbrios comerciais com o Brasil, e que os 50% ainda “eram menos que o necessário” para igualdade de condições.

Além disso, ele afirmou que a medida também seria devido à “caça às bruxas” contra o ex‑presidente Jair Bolsonaro. " A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional", disse.

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