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R7 Brasília

Teste do pezinho ampliado vai poder detectar mais de 80 doenças 

Colaboradora de Doenças Raras da Saúde disse que o exame com a triagem ampliada vai chegar ao DF até o final deste ano 

Brasília|Paloma Castro*, do R7, em Brasília

Recém-nascido fazendo teste do pezinho no seu primeiro mês de vida em uma unidade de saúde
Recém-nascido fazendo teste do pezinho no seu primeiro mês de vida em uma unidade de saúde

A triagem do teste do pezinho vai ser ampliada no Distrito Federal. Atualmente o exame possibilita detectar até 70 doenças raras em recém-nascidos e, até o fim do ano, ele vai rastrear mais de 80 doenças, segundo a colaboradora de Doenças Raras da Secretaria de Saúde, Maria Teresa Alves da Silva Rosa.

Em crianças que nascem nas maternidades públicas do DF, o teste do pezinho é feito no próprio hospital. A realização do exame pode evitar que bebês tenham complicações, sequelas e até óbitos

O teste do pezinho é uma medida de saúde pública que detecta doenças tratáveis, garante desenvolvimento adequado e evita sequelas neurológicas.

"O teste que ofertamos é até mais completo do que o disponível na rede privada padrão e está disponível de forma gratuita. Ele é referência na América Latina", destacou o chefe do Laboratório de Triagem Neonatal da Unidade de Genética do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) Vitor Araújo.


Luciana Paes dos Santos, de 49 anos, teve sua filha no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em março de 2016. A menina foi diagnosticada com acidemia isovalérica, uma doença considerada grave e teve o diagnóstico da doença por meio do teste do pezinho ampliado.

O diagnóstico de Valentina foi feito ainda na maternidade, segundo relato da mãe. "Entraram em contato conosco pelo telefone nos informando que tinha dado alteração no teste do pezinho e que precisaríamos repetir o exame. Fomos direcionados para o Hospital de Apoio, onde ela foi acompanhada até os três anos de idade."


A criança que nasce em uma maternidade da rede pública deve fazer seu teste no primeiro mês de vida no próprio hospital. Para os que nascem em rede privada, os pais têm que levar o recém-nascido a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que já está preparada para realizar o procedimento e direcionar o material para o Hospital de Apoio.

Em casos de alterações dos resultados dos testes, uma equipe médica faz busca ativa para entrar em contato com a família e iniciar o tratamento.


Acidemia isovalérica

Acidemia isovalérica é uma doença que pode causar atraso no neuropsicomotor e ativar crises convulsivas, caso não seja tratada. Com o teste do pezinho, o tratamento pode ser feito de forma precoce.

Segundo Luciana, a filha trata a doença por meio de uma dieta com restrição de proteínas, uso de xaropes de aminoácidos e uma fórmula especial com restrição de leucina - aminoácido que as células do corpo humano utilizam para sintetizar proteínas.

Valentina segue em tratamento, que é acompanhado a cada seis meses pelas equipes de genética e nutrição. Quando ela completar três anos, deverá se direcionar ao Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) para continuar com os procedimentos. 

*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro. 

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