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TSE realiza testes com ataques hackers às urnas eletrônicas

Provas feitas por técnicos ocorrem em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral eletrônico

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Nova urna eletrônica, que será usadas nas eleições de 2022
Nova urna eletrônica, que será usadas nas eleições de 2022

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza em Brasília, entre quarta (11) e sexta-feira (13), testes com ataques hackers às urnas eletrônicas. O evento acontece em meio às críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro.

Os investigadores vão repetir os planos de ataque do último Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, feito em novembro de 2021. Na ocasião, 26 investigadores realizaram 29 planos contra as urnas eletrônicas. Somente cinco deles tiveram algum tipo de "achado". As tentativas mais comuns foram de alteração do software da urna, mudança do resultado da eleição ou violação do sigilo do voto.

O TSE realiza agora a nova fase, chamada de Teste de Confirmação, para avaliar as soluções apresentadas pelos técnicos para sanar as vulnerabilidades identificadas. Segundo a corte, porém, "nenhum dos achados conseguiu atingir potencial para uma modificação de voto".

No primeiro dia do Teste de Confirmação, os investigadores se prepararam para analisar as soluções inseridas no sistema para resolver as questões verificadas em 5 dos 29 planos de ataques feitos em 2021.


Um integrante da equipe apontou, durante o teste de novembro, um achado ligado à saída do fone de ouvido da urna. Nesse caso, a equipe conectou um transmissor Bluetooth que transmitia o áudio com o voto do eleitor para um mecanismo externo. O áudio, porém, é habilitado somente para eleitores com deficiência visual. Além disso, diz a corte, o ataque é de fácil identificação, uma vez que a saída de fone de ouvido fica na parte de trás do equipamento, exposta a todos.

Jair Bolsonaro e Forças Armadas

Os testes com ataques às urnas ocorrem em meio aos comentários feitos por Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Durante live, o presidente disse que o equipamento é "penetrável", sem apresentar provas, e reconheceu que não é "perito em informática". Recentemente, o chefe do Executivo tem usado as Forças Armadas para dar peso à crítica de que o processo eleitoral pode ser fraudado.


Em 2021, o TSE criou a Comissão de Transparência das Eleições, um colegiado formado por membros da Câmara dos Deputados, do Senado, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de outros órgãos públicos e da sociedade civil, além das forças.

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As Forças Armadas enviaram uma série de sugestões para contribuir com o aperfeiçoamento da segurança e da transparência das eleições. As recomendações, contudo, foram rejeitadas pelo TSE.


Em relatório técnico, a corte aponta erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas e afirma que várias das medidas indicadas como necessárias para ampliar a integridade do pleito já são adotadas.

Em um trecho do documento enviado ao TSE, por exemplo, o Ministério da Defesa pede a realização de dois testes públicos de segurança em urnas usadas nas eleições. De acordo com a solicitação, deveriam ser realizados um teste estadual e outro federal no dia da votação.

No entanto, a Justiça Eleitoral destaca que as urnas usadas para a escolha de candidatos nos estados, para cargos como os de governador, senador e deputado federal, são as mesmas usadas na escolha do presidente da República. Sendo assim, para os técnicos do TSE, não existem fundamentos para embasar a realização de dois testes de segurança no dia do pleito.

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