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Único estado na comitiva brasileira na China, RS quer liberação de frigoríficos para exportação

Plantas industriais estão localizadas em seis cidades; gaúchos conquistaram status sanitário de zona livre de aftosa em 2021

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Bandeira da China em Pequim, capital do país
Bandeira da China em Pequim, capital do país Bandeira da China em Pequim, capital do país

Único estado na comitiva brasileira na China nesta semana, o Rio Grande do Sul busca conseguir a habilitação de seis plantas frigoríficas — cinco de aves e uma de bovinos — para exportar para o país asiático. Após o adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, por causa de uma broncopneumonia bacteriana e viral, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manteve a agenda e deve retornar ao Brasil nesta quinta-feira (30). A agenda com empresários, que já estavam em Pequim, também foi mantida.

As unidades estão instaladas em Encantado, Farroupilha, Miraguaí, Nova Araçá, Santa Maria e Teutônia. A ideia é obter o reconhecimento, pelos chineses, do status sanitário como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

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"São plantas que já estavam prontas, estruturadas dentro das conformidades sanitárias exigidas pelo governo chinês e aguardam essa liberação", explicou ao R7 o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo.

O secretário lembra que o estado conquistou esse status sanitário pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2021. Segundo ele, obter o reconhecimento pela China é fundamental para aumentar o volume de exportação.

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Polo relata que, em 2022, o estado exportou 756 mil toneladas de frango e 2.600 toneladas de ovos. Os números fazem com que o Rio Grande do Sul seja o terceiro maior exportador do país de frango e o segundo, em volume, de ovos. Além disso, a China respondeu por cerca de 30% do faturamento do agronegócio gaúcho em 2022.

"Em carne suína, embarcamos 265,5 mil toneladas e somos o segundo maior exportador desses produtos. Já no volume de carne bovina, fechamos o ano passado com 82,9 mil toneladas. O principal destino da produção das três indústrias de proteína animal é a China", afirma.

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Outro fator de interesse dos gaúchos é conseguir maior aproximação com as lideranças dos demais países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A estratégia, de acordo com o secretário, é atrair investimentos ao estado em áreas como energia renovável, tecnologia, infraestrutura, entre outros.

"O país asiático é um dos maiores players mundiais em investimentos, com potenciais importadores interessados nos produtos brasileiros e, especialmente, nos produtos gaúchos. Esses importadores conseguem, por exemplo, fazer um investimento numa empresa na qual têm interesse para ampliar a produção e, a partir disso, possam contar com mais produtos disponíveis para importação", explica Polo.

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Ausência de Lula na China

A comitiva brasileira que foi à China é reduzida, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a visita devido a um diagnóstico de pneumonia e Influenza A. O petista fez repouso no Palácio da Alvorada e deve despachar, a partir desta quarta-feira (29), no Palácio do Planalto.

Questionado se a ausência de Lula na delegação brasileira pode causar prejuízos, o secretário nega. "A presença de um presidente em uma missão sempre é positiva. No caso do Rio Grande do Sul, essas tratativas sobre a habilitação dos frigoríficos já estavam em andamento, então, creio que terão prosseguimento mesmo com o cancelamento da comitiva presidencial."

China retoma importações

China concordou em retomar as importações de carne bovina brasileira com menos de 30 meses, de acordo com um comunicado divulgado pela Administração Geral de Alfândega do país e confirmado pelo governo brasileiro.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a liberação das exportações vale para as carnes de animais abatidos a partir da última sexta-feira (24). As vendas de carne bovina brasileira para a China foram suspensas voluntariamente pelas autoridades brasileiras em 23 de fevereiro por causa da descoberta de um caso atípico da doença da vaca louca.

O caso foi detectado em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA). Trata-se da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza em bichos mais velhos, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano.

A retomada do comércio ocorre um dia depois de o ministro da pasta, Carlos Fávaro, ter chegado a Pequim, sendo o único membro de primeiro escalão do governo brasileira no gigante asiático. A comitiva brasileira ainda conta com a participação de diversos empresários e retorna ao Brasil nesta semana.

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