Único deputado que votou contra o aumento do salário mínimo diz que se enganou
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta, com 439 votos a favor, o aumento do salário mínimo para R$ 1.320
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O único deputado que votou contra o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 nesta quarta-feira (23), na Câmara, disse que se enganou. Depois da votação, Luiz Lima (PL-RJ) pediu a palavra e afirmou que o voto contrário à medida foi um erro. Além do voto dele, foram 439 votos a favor e uma abstenção.
"Eu gostaria de justificar aqui. Estava tão tenso e preocupado com a situação de Nova Friburgo (Rio de Janeiro) que votei contra o aumento do salário mínimo. É claro que eu não sou contra o aumento do salário mínimo. Foi um erro que quero justificar aqui", disse o parlamentar.
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O deputado se referia a conflitos que envolvem o MST na cidade carioca. Na semana passada, a deputada estadual Marina do MST (PT) foi hostilizada por um grupo de manifestantes no distrito de Lumiar, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Um ato em Lumiar estava sendo organizado para ocorrer no próximo domingo (27). No entanto, uma liminar proibiu o evento. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou nesta quarta-feira que vai recorrer da decisão.
Medida provisória do salário mínimo
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (23) a medida provisória que aumenta o valor do salário mínimo para R$ 1.320. A MP já estava em vigor desde 1º de maio, e a aprovação da medida era necessária para garantir o valor reajustado até o fim do ano. Do contrário, a MP perderia a validade, e o valor do mínimo voltaria ao anterior, de R$ 1.302.
O texto da MP aprovada traz ainda um trecho que inclui uma política permanente de correção do mínimo — regras de correção automática do mínimo pela inflação — para garantir a valorização do piso salarial nacional. A política prevê aumento real equivalente à variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores ao de vigência do novo valor. A inclusão foi feita pelo relator da comissão mista, o deputado Merlong Solano (PT-PI).