Veja postagens do clã Bolsonaro e aliados citadas por Moraes ao justificar prisão do ex-presidente
Ministro do Supremo impôs novas restrições ao ex-presidente após violações reiteradas de medidas judiciais
Brasília|Do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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Na decisão que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), citou postagens feitas por familiares e aliados do ex-chefe do Executivo nas redes sociais. Para Moraes, as condutas como tentativa deliberada de obstruir a Justiça e coagir a Corte.
O documento resultou de uma série de episódios considerados graves pela Justiça, envolvendo desobediência, uso indevido de redes sociais e tentativas de pressionar instituições.
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Na decisão, o ministro citou ocasiões em que postagens serviram para descumprir as obrigações impostas a Bolsonaro. Veja abaixo:
Publicações do clã Bolsonaro
O ministro menciona postagens feitas pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo vereador Carlos Bolsonaro.
Entre os exemplos citados, a publicação, no Instagram, de uma postagem do ex-presidente durante uma ligação com Flávio Bolsonaro no último domingo (3). Na gravação, Bolsonaro se dirige aos manifestantes que estavam em Copacabana, no Rio de Janeiro.

O conteúdo foi compartilhado no perfil de Flávio e depois removido. Moraes afirmou que essa atitude revela um “claro intuito de omitir o descumprimento das medidas cautelares”.
Já Carlos Bolsonaro publicou na rede social X uma foto do ex-presidente com uma mensagem na qual incentiva os seguidores a acompanharem o perfil do ex-presidente.
O ministro destacou que essa ação foi feita mesmo com Carlos “ciente das medidas cautelares” impostas ao pai, incluindo a proibição do uso das redes sociais.

Foram divulgadas no YouTube falas do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, nas quais ele se dirige aos manifestantes e menciona sanções contra ministros do STF.

Também nas manifestações do dia 3 de agosto, houve uma ligação entre o deputado Nikolas Ferreira e Bolsonaro, quando Nikolas transmitiu uma chamada de vídeo do ex-presidente para os manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo.
Segundo Moraes, os apoiadores políticos de Bolsonaro utilizaram as falas e a participação do réu para a “propagação de ataques e impulsionamento dos manifestantes com a nítida intenção de pressionar e coagir” o STF.
Entre as novas restrições a Bolsonaro estão o veto total a visitas — exceto advogados constituídos —, proibição de celulares, gravações e qualquer forma de comunicação com embaixadores ou demais investigados.
Moraes reiterou que qualquer nova violação resultará no decreto imediato da prisão preventiva, conforme prevê o Código de Processo Penal.
Primeiras medidas cautelares
As primeiras medidas cautelares, impostas em julho, incluíam tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e aos fins de semana, e proibição de acesso a embaixadas e de uso de redes sociais.
Apesar das determinações, Bolsonaro foi citado em transmissões feitas por aliados, como os parlamentares Flávio Bolsonaro e Nikolas Ferreira, nas quais discursou contra o STF, mencionou apoio internacional e defendeu manifestações com teor político.
Tais episódios ocorreram após advertências claras de que entrevistas, discursos ou vídeos veiculados por terceiros também configurariam descumprimento.
O ministro Moraes classificou as ações como “continuação de práticas ilícitas” e destacou o uso de conteúdo pré-produzido para incitar apoiadores, pressionar instituições e estimular intervenção externa em assuntos internos, afrontando diretamente a soberania nacional.
No despacho, o magistrado frisou que a Justiça brasileira “não é tola” e alertou: “O réu que desrespeita medidas cautelares deve sofrer as consequências legais”.
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