Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), foi a uma loja de fogo de artifícios em Ceilândia comprar produtos, dias antes de cometer o crime. Um vídeo obtido pela reportagem mostra o homem realizando a compra com um cartão e saindo da loja com uma caixa. As imagens são de 6 de novembro, uma semana antes do ataque.Segundo as investigações, Francisco teria comprado mais de R$ 1.000 na loja e, de acordo com peritos da Polícia Civil, há indícios de que o homem alterou de forma caseira os fogos comprados, com o objetivo de potencializar as explosões.Os donos do estabelecimento prestaram depoimento à polícia e auxiliam as investigações com informações. A loja, segundo a PCDF, realizou uma venda legal, já que a documentação está regularizada.Em Ceilândia, Francisco também tinha alugado um imóvel há aproximadamente três meses. Uma equipe da Polícia Militar, com cães farejadores, foi até a residência em busca de evidências. No local, foram encontrados a carteira de habilitação de Francisco e artefatos. A Polícia Federal também fez uma perícia no imóvel, que estava revirado, com móveis queimados e danificados.Na noite de quarta-feira (13), um carro explodiu no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Segundos depois, Francisco jogou explosivos em frente ao STF. Ele morreu na explosão de um dos artefatos.O homem chegou a mostrar os explosivos que carregava no corpo para um segurança do STF. Segundo o depoimento da primeira testemunha ouvida pela PCDF, o segurança teria tentando se aproximar de Francisco ao perceber um comportamento suspeito, mas nesse momento ele teria aberto a camisa para mostrar os explosivos e falado para ele não se aproximar. O autor do atentado também tinha um relógio digital, que o segurança acreditou se tratar do disparador da bomba.Ainda de acordo com o depoimento, após esse momento, o homem teria atirado dois ou três artefatos contra a estátua ‘A Justiça’, que fica em frente a Corte. Após isso, ele teria deitado no chão, colocado outro explosivo abaixo da cabeça, como se fosse um travesseiro, e o artefato teria explodido.Horas antes do crime, Francisco entrou na Câmara dos Deputados. Imagens das câmeras de segurança do local, disponibilizadas pela Casa, mostram que ele estava usando chinelos e um chapéu, quando passou pelos seguranças do Parlamento.Ao passar pelo raio-X da Casa, ele mostrou portar apenas uma carteira e uma chave, que aparenta ser do carro que explodiu próximo ao mesmo anexo, por volta das 19h30.Com apuração de Jaqueline Fernandes