Brasília Vídeo: polícia usa gás de pimenta e bombas de efeito moral contra grupo de sem-terra no DF

Vídeo: polícia usa gás de pimenta e bombas de efeito moral contra grupo de sem-terra no DF

Além do gás e das bombas, policiais dispararam tiros com bala de borracha contra manifestantes 

  • Brasília | Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) usou gás de pimenta, disparos com balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar o grupo e capturar os supostos invasores que teria, segundo a polícia, invadido e depredado o prédio da Administração Regional de Brazlândia (DF), na manhã desta segunda-feira (20). Oito pessoas foram presas.

Imagem aérea do prédio da Administração Regional de Brazlândia

Imagem aérea do prédio da Administração Regional de Brazlândia

Reprodução / Record TV

No vídeo obtido pela Record TV e pelo R7, é possível ver os momentos em que os policiais lançam bombas de efeito moral contra o grupo, além de disparar tiros de bala de borracha e lançar gás de pimenta. Integrantes do grupo de sem-terra alegam, entretanto, que a manifestação era pacífica e que não houve tentativa de invasão.

A PMDF afirma que os invasores fazem parte do grupo que foi removido de um acampamento na BR-080. Os suspeitos foram levados para a 18ª DP (Brazlândia) e a polícia continua nas proximidades do prédio da administração regional da cidade para evitar nova invasão.

Ao R7, a Secretaria DF Legal informou que faz nesta segunda-feira uma operação para desconstituir ocupações instaladas na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia. Segundo levantamento da pasta, são cerca de 600 barracos, em aproximadamente 27 hectares, que estão ocupando irregularmente um terreno da Terracap.

Em nota, o DF Legal afirma que a área começou a ser invadida no início do ano, por entidades ligadas a movimentos de sem-terra. "Vale destacar que se tratam de ocupações irregulares com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural. A maioria dos barracos (cerca de 90%) está desabitada e sem possibilidade de ocupação," diz o texto.

O DF Legal diz ainda que a pasta apurou, por meio de sobrevoos em drones, que "não se trata de pessoas em vulnerabilidade social, uma vez que ostentavam veículos novos e caminhonetes". De acordo com a pasta, há lotes sendo vendidos por R$ 8 mil. 

Os representantes do acampamento dizem que são produtores rurais da agricultura familiar, e denunciam a derrubada do acampamento de forma truculenta. Segundo nota enviada à Record TV, a ação é executada sem mandado de reintegração de posse. "Garantimos que as denúncias de que somos grileiros são infundadas. Somos agricultores, produtores de alimentos orgânicos e tudo o que queremos viver de forma pacífica e ordeira na área (que se encontra improdutiva), plantar, colher e viver de nosso trabalho", diz o texto. 

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