Vídeo: velório de Bruno Pereira é marcado por homenagens e pedidos por justiça
Ativistas e grupos indígenas também participaram de uma cerimônia de despedida ao pesquisador na capital federal
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O velório do indigenista Bruno Pereira, morto em uma expedição no Vale do Javari, no Amazonas, foi marcado por homenagens de grupos indígenas e pedidos de justiça. A cerimônia ocorreu nesta sexta-feira (24) no Grande Recife, em Pernambuco. A cremação está marcada para as 15h.
Um grupo da etnia xucuru, de Pesqueira, no sertão do estado, prestou as últimas homenagens ao pesquisador pernambucano com canções e danças tradicionais. Os indígenas chegaram ao cemitério cantando uma música que dizia: "Ô meu irmão, ô irmão meu, cadê o meu irmão que não vem brincar mais eu?". Sobre o caixão de Bruno havia bandeiras do estado de Pernambuco e do Sport Clube do Recife.
Ao mesmo tempo em que amigos e familiares se despediam de Bruno no Recife, ativistas e grupos indígenas participavam de uma cerimônia de despedida em Brasília. "O legado de Bruno e sua luta em defesa da floresta e dos povos originários não vão ser esquecidos", diz a publicação da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), organização para a qual Bruno trabalhava como voluntário.
Já o jornalista Dom Phillips, assassinado juntamente com Pereira, será velado em Niterói, no Rio de Janeiro, e o funeral e a cremação estão marcados para domingo (26), a partir das 9h. Segundo a perícia, Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça, enquanto Dom levou um tiro no abdômen. A munição usada nos assassinatos é típica de caça. A corporação investiga as circunstâncias em que os dois foram mortos.
Até o momento, quatro pessoas suspeitas de participação no crime foram presas. Jefferson da Silva Lima foi detido no sábado (18) e afirmou ser um dos autores do crime. Antes dele, os pescadores Amarildo da Costa Oliveira — que também confessou ter matado Dom e Bruno e indicou o local onde os corpos haviam sido enterrados — e Oseney da Costa de Oliveira, irmão dele, já tinham sido capturados.
Nesta quinta (23), Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, também confessou participação no crime e foi preso em São Paulo. Ele disse que pilotou a canoa que Amarildo, conhecido como Pelado, usou na execução do crime.
O indigenista e o jornalista foram vistos na região pela última vez no dia 5 de junho. Os restos mortais foram encontrados em 15 de junho. No dia seguinte, foram levados para Brasília, onde os corpos foram periciados e identificados pelo Instituto Nacional de Criminalística.