Violência contra a mulher cresce e Brasil registra um estupro a cada seis minutos
Onda de violência contra mulheres dispara com aumento de crimes de stalking, ações psicológicas e feminicídios
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A violência contra a mulher no Brasil aumentou em quase todos os cenários e bateu recorde ligado ao número de estupros. O tipo de crime fez uma vítima a cada seis minutos ao longo de 2024, segundo dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (24), aponta para 87.545 casos no último ano, considerando todos os grupos vulneráveis. A quantidade é a maior desde o início da série histórica, em 2011.
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O número considera registros de boletins de ocorrência registrados em todo o país. Apesar do patamar recorde, a publicação destaca que ainda há subnotificação de casos.
“Estudos têm indicado que no Brasil o número real de casos de estupro supera os registrados pelas polícias. E isso porque muitos casos de violência sexual - especialmente os que envolvem crianças, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade - não chegam ao conhecimento das autoridades”, aponta trecho da análise.
Os números também mostram que as maiores vítimas de estupro são vulneráveis, 76,8% delas têm menos de 14 anos. Se considerado apenas esse grupo, a maior concentração fica dentro da faixa etária de 10 a 13 anos.
Mulheres negras são as maiores vítimas, em 55,6% dos casos. E a maior quantidade dos crimes é registrada dentro de casa, por pessoas próximas às vítimas.
Violência contra mulher
O anuário mostra um aumento da violência contra mulheres em praticamente todas as situações. Stalking teve um salto de 18,2% em comparação a 2023 e alcançou 95.026 registros, enquanto violência psicológica fez 51.866 vítimas em 2024 — 6,3% a mais do que em 2023.
O crime com mais registros foi de ameaças contra mulheres, com 727.683 casos. Apesar do patamar, o tipo de violência teve uma redução de 0,8%, se comparado ao ano passado.
Em outra frente, o levantamento também mostra que o país registrou 1.492 feminicídios, uma alta de 0,7% em relação ao ano anterior. Os números mostram que 97% das vítimas foram mortas por homens e 64,3% dos crimes ocorreram dentro da casa da vítima.

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