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Zambelli acumulou embates, processos e rompeu com aliados antes da prisão; relembre

Deputada saiu do Brasil em maio, após ser condenada; prisão ocorreu nesta terça-feira, na Itália

Brasília|Iasmim Albuquerque* e Luiza Marinho*, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Carla Zambelli foi presa na Itália após ser condenada pelo STF por invasão ao CNJ.
  • Deputada acumulou polêmicas e teve conflitos com aliados e adversários ao longo de seu mandato.
  • Acusações incluem planejar invasão ao sistema do CNJ e envolver-se em episódios violentos, como a perseguição a um jornalista.
  • Com cidadania italiana, Zambelli pode solicitar permanência na Itália e aguardar o processo em liberdade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Zambelli foi presa na Itália nesta terça Lula Marques/ Agência Brasil - Arquivo

A deputada federal licenciada Carla Zambelli foi detida nesta terça-feira (29), em território italiano, onde se encontrava desde junho. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à prisão por envolvimento na invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ela havia deixado o Brasil duas semanas após a decisão da Corte.

Com trajetória marcada por oscilações durante o mandato, Zambelli tentou consolidar influência tanto nas redes sociais quanto em manifestações de rua, mas acabou envolvida em controvérsias e investigações criminais.


Atuação na Câmara e polêmicas

O ingresso de Zambelli na política ocorreu durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), impulsionado por discursos contrários ao Partido dos Trabalhadores e pela defesa da operação Lava Jato.

A partir desse momento, passou a ganhar visibilidade no ambiente digital e atraiu apoiadores por sua retórica incisiva e postura combativa.


Esse posicionamento a aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda antes da campanha eleitoral de 2018.

No mesmo ano, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo e, em 2022, foi reeleita com quase um milhão de votos, tornando-se a segunda mais votada do estado.


No mesmo ano, foi eleita deputada federal por São Paulo e, em 2022, se reelegeu com quase um milhão de votos, tornando-se a segunda mais votada do estado.

Durante o primeiro mandato, rompeu alianças, como a com a ex-deputada Joice Hasselmann, e protagonizou diversos confrontos públicos.


Entre os episódios mais recentes, envolveu-se em discussão acalorada com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), após perseguição armada a um homem em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

Na ocasião, Lindbergh a classificou como “terrorista”, e Zambelli reagiu relembrando o apelido do parlamentar na lista da Odebrecht e ironizando sua masculinidade.

Invasão no sistema CNJ

A Procuradoria-Geral da República (PGR) atribuiu a Zambelli o planejamento e a coordenação do ataque cibernético aos sistemas do CNJ, ocorrido no início de 2023.

Walter Delgatti Neto, hacker responsável pela execução do crime, recebeu condenação de oito anos e três meses de prisão. Em depoimentos, Delgatti afirmou ter atuado sob ordens da parlamentar.

Em maio de 2025, a Primeira Turma do STF confirmou, por unanimidade, a condenação de Zambelli.

A pena imposta totaliza dez anos de reclusão em regime fechado, além de multa equivalente a dois mil salários mínimos.

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Porte de armas

Além da condenação relacionada ao CNJ, a deputada também responde por crime de porte ilegal de arma.

Em agosto de 2023, tornou-se ré em ação que trata do episódio em que sacou uma pistola e perseguiu o jornalista Luan Araújo durante um ato político em São Paulo.

A votação no STF registra, até o momento, seis votos favoráveis à condenação de Zambelli a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques suspendeu a conclusão do julgamento.

Fuga à Itália e prisão

Após a sentença assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, Zambelli anunciou afastamento de 120 dias do mandato e informou estar nos Estados Unidos, sem intenção de retornar ao Brasil.

Em 5 de junho, desembarcou em Roma com a intenção de se estabelecer definitivamente na capital italiana, conforme nota divulgada por sua equipe.

A prisão ocorreu com base em solicitação da Justiça brasileira, e fontes indicam tratar-se de detenção voltada à extradição, em razão do tratado bilateral entre Brasil e Itália.

No entanto, como possui cidadania italiana, Zambelli pode solicitar, no ato do registro, autorização para permanecer no país europeu. Nessa hipótese, poderá acompanhar o processo em liberdade.

Em entrevista ao portal R7, o advogado Fábio Pagnozzi declarou que sua cliente se apresentou espontaneamente às autoridades italianas e permanece sob custódia.

A versão contraria a declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que afirmou ter ocorrido uma prisão formal horas antes.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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