Caso Miguel: Mãe participa de ato em PE contra abandono de crianças
Parentes de crianças vítimas de violência fizeram um protesto na Praça da Independência, no Centro de Recife, para pedir Justiça.
Cidades|Do R7
Parentes de crianças e jovens que morreram por abandono ou violência realizaram um protesto, nesta sexta-feira (9), na Praça da Independência, no Centro do Recife, para pedir justiça. Entre os presentes estavam Mirtes Renata Souza, mãe do menino Miguel Otávio, morto ao cair do condomínio de luxo em que ela trabalhava como doméstica, e Joelma Silva, mãe de Mário Andrade, morto em 2016 por um policial militar no Recife.
Mirtes discursou durante o protesto usando uma máscara de proteção contra a covid-19 com a imagem do filho e a frase "Justiça por Miguel".
A Justiça do Trabalho de Pernambuco determinou o bloqueio de bens e valores de propriedade do casal Sérgio Hacker e Sari Corte Real. Ele é prefeito de Tamandaré e candidato à reeleição e a mulher dele responde processo pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos.
Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Silva, abriu uma campanha por meio de suas redes sociais para pressionar a Justiça de Pernambuco a agilizar o processo que apura a culpa de Sari Corte Real no episódio que terminou com a morte da criança depois de cair de uma altura do nono andar de um prédio na cidade de Recife (PE).
"O juiz já liberou para que a data de audiência de instrução fosse marcada. O pessoal da secretaria [do Tribunal de Justiça de Pernambuco] não marcou ainda.
É algo preocupante", disse em vídeo no qual também pediu para seus seguidores enviarem e-mails ao órgão para repetir o pedido da mãe.
Sari Corte Real já é ré em processo na Justiça por abandono de incapaz com resultado de morte desde a metade de julho. A morte ocorreu no início de junho.
O caso
Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, morreu após cair do nono andar de um prédio em um condomínio de luxo no centro do Recife, em Pernambuco. A patroa da criança, Sari Corte Real, foi detida, mas pagou fiança de R$ 20 mil para responder ao processo em liberdade por homicídio culposo.
Ele era filho de uma empregada doméstica que trabalhava na casa do prefeito de Tamandaré, cidade no litoral sul do estado. Sem aula por causa da pandemia, ele teve de acompanhar a mãe ao trabalho, em um apartamento no quinto andar do prédio.
.
A doméstica precisou sair para passear com o cachorro da família e deixou o filho com a patroa. O menino tentou ir atrás. Imagens de câmeras de segurança mostram o menino dentro do elevador e a primeira-dama, que é a patroa da doméstica, apertando o botão do nono andar e deixando que a porta do elevador se fechasse com o garoto, sozinho, dentro.
Ao chegar ao nono andar, ele teria se debruçado em um parapeito, e em seguida, se desequilibrou e caiu. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a patroa da mãe da criança agiu com negligência.