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Chuvas comprometem até 35% da produção de laranja, limão e tangerina no Rio Grande do Sul

Relatório destaca perdas significativas em diversas cidades; produtores enfrentam doenças nas plantas e colheita difícil

Cidades|Do R7, em Brasília

Produtores no RS perderam produção de laranja Valter Campanato/Agência Brasil

As chuvas e enchentes do último mês no Rio Grande do Sul afetaram a produção e colheita de laranjas, tangerinas e limões no estado, de acordo com dados do Informativo Conjuntural da Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), divulgado na quinta-feira (30). Em algumas regiões, pragas como a mosca-das-frutas e o pulgão também contribuíram para as perdas, com uma estimativa de redução de produtividade entre 30% e 35%. As colheitas de soja, milho e arroz também estão prejudicadas.

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“As plantas apresentam carga e frutos pequenos, e há presença de cochonilha [um inseto], ácaro e pulgão. Muitos frutos foram afetados por doenças, que causaram estragos. Também há incidência de ataques de mosca-das-frutas. Já as plantas novas sofrem ataques de pulgão nas brotações e de larva-minadora, nas folhas”, informa o relatório. Atualmente, os pomares estão no estágio final de desenvolvimento e início de maturação dos frutos.

O relatório também destaca que a colheita da soja no estado foi prejudicada pelas chuvas. As plantas apresentaram problemas como alta umidade dos grãos e baixa estatura, resultando em perdas significativas. A colheita do milho enfrenta dificuldades semelhantes, sendo afetada pela umidade e nebulosidade. Além disso, houve danos na qualidade dos grãos devido a fungos e germinação nas espigas.

A colheita do milho para silagem, uma forma de armazenar e fornecer alimentos para animais, sofreu danos ainda mais significativos. Nas regiões Sul e Campanha, a atividade foi inviabilizada pela recorrência de chuvas. Com a operação se aproximando do final, as poucas lavouras remanescentes deverão apresentar redução no volume e na qualidade da massa vegetal a ser ensilada, devido ao tombamento das plantas e ao atraso na colheita, ambos provocados pelas chuvas e pelo excesso de umidade desde o início de maio.


O relatório menciona que em Aceguá, cidade situada na fronteira do Brasil com o Uruguai, as perdas atingiram 30% na área plantada de 2.500 hectares, representando quase 50% de toda a região. Essas perdas foram influenciadas pelo estresse hídrico em fevereiro e no início de março. Em Hulha Negra, as lavouras ensiladas a partir de abril apresentaram uma quebra de 40%.

Na região de Lajeado, além das perdas nas lavouras, houve perda de material já ensilado devido às enxurradas. Em Travesseiro, aproximadamente 5.500 toneladas de silagem armazenadas foram perdidas devido às águas.


Linhas de crédito a agricultores

Diante do cenário, o Banco do Brasil disponibilizou R$ 1,9 bilhão em linhas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar); do Pronaf Investimento (Mais Alimentos); do Crédito de Investimento em Sistemas de Exploração Extrativistas; de Produtos da Sociobiodiversidade, Energia Renovável e Sustentabilidade Ambiental (Pronaf Bioeconomia); além do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp Investimento).

Entre os beneficiários, estão agricultores familiares do Pronaf e médios produtores do Pronamp, tanto pessoa física quanto jurídica, que tiveram perdas ou danos de pelo menos 30% do valor da estrutura produtiva de suas propriedades rurais. Isso inclui máquinas, equipamentos, construções, instalações, animais e solos de áreas agrícolas e pecuárias.


Reconstrução

Em 17 de maio, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou o Plano Rio Grande, que visa reparar os danos das enchentes. O plano contempla três frentes de ação: curto prazo, com foco na assistência social; médio prazo, com empreendimentos habitacionais e obras de infraestrutura; e longo prazo, com um plano de desenvolvimento econômico.

O governo federal já destinou R$ 62,5 bilhões ao estado até o momento, incluindo liberação de recursos, antecipação de benefícios e outras medidas. Entre elas, destaca-se o Auxílio Reconstrução, que pagará R$ 5,1 mil por família em parcela única. Também foram anunciados o adiantamento do Bolsa Família, a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para 228,5 mil trabalhadores em 368 municípios e a restituição antecipada do imposto de renda para 900 mil pessoas.

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