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Ciclone: saiba como é o fenômeno que atinge parte do sul do Brasil

No RS, 3 pessoas morreram e 11 estão desaparecidas; o fenômeno também provocou enxurradas e alagamentos

Cidades|Agência Brasil

Chove em 24 horas duas vezes o esperado para o mês no RS
Chove em 24 horas duas vezes o esperado para o mês no RS

A passagem de um ciclone extratropical provocou mortes e estragos nos estados do Sul do país, principalmente no Rio Grande do Sul. Segundo o governo gaúcho, 3 pessoas morreram e 11 estão desaparecidas. Mais de R$ 1 milhão serão repassados a cinco municípios gaúchos atingidos pelo mau tempo.

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O ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão atmosférica que surge fora dos trópicos. É associado às frentes frias e encontrado nas médias e altas latitudes. No Hemisfério Sul, os ciclones giram no sentido dos ponteiros dos relógios, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). 


O ciclone que atingiu o Sul do país — associado a uma frente fria — formou-se no oceano Atlântico no decorrer da semana. A área de baixa pressão nos médios e altos níveis da atmosfera potencializou a formação do ciclone em terra, transportando a umidade do oceano para o continente. 

O que provoca?

Quando o ciclone se aproxima do continente, aumenta a possibilidade de danos, com deslizamentos, chuvas e ventos fortes. “É isso que traz risco maior, com previsão de chuva excessiva, acumulados muito altos e ventos fortes”, explica a meteorologista Estael Sias, em vídeo publicado no canal da MetSul, plataforma com conteúdo meteorológico. 


Para se ter uma ideia, as rajadas de vento superaram 80 km/h na região Sul, conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O volume de chuva ultrapassou 100 milímetros em 24 horas. Além dos estados do Sul, o fenômeno atingiu também áreas do estado de São Paulo. 

Danos

O ciclone extratropical que afetou a região Sul do país na última quinta-feira (15) — acompanhado de uma frente fria — provocou a morte de uma pessoa em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e vários estragos em outras cidades gaúchas, incluindo Porto Alegre.


De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, grandes volumes de chuva vão atingir ainda neste fim de semana o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. Em São Paulo, o acúmulo de chuva deve se concentrar, principalmente, no Vale do Ribeira, com volumes superiores a 100 milímetros em 24 horas.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou hoje o repasse de R$ 1,1 milhão a cinco municípios atingidos pelo ciclone extratropical. Por meio de sua conta no Twitter, ele explicou que os recursos são resíduos do total destinado a outra emergência climática, que ocorreu em março no estado.

Leite aproveitou para alertar sobre a previsão de mais chuvas ao longo do dia e assegurou que o governo está mobilizado para atender à situação. As cidades mais atingidas foram Itati, Dom Pedro de Alcântara, Maquiné, Moinhos do Sul e Três Forquilhas, no litoral norte do Rio Grande do Sul.

Capital

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, mobilizou equipes de emergência no atendimento dos problemas provocados pelo temporal. Em suas redes sociais, ele pediu aos moradores da cidade que evitem sair de casa. Desde quinta-feira, o ciclone extratropical que passa pelo Rio Grande do Sul trouxe chuvas fortes e ventos intensos a Porto Alegre e outras cidades. “A quem tiver possibilidade, apelamos para que evite sair de casa devido aos transtornos provocados pelo ciclone”, solicitou.

Ao todo, 146 pontos da capital foram atingidos pelo temporal e fortes ventos, que derrubaram mais de cem árvores, na maioria sobre a rede de alta-tensão. A prioridade é atender a casos onde há obstrução de vias, entrada de imóveis e situações de risco.

Muitas ocorrências precisam ser atendidas em conjunto com a companhia de energia elétrica para que seja feito o manejo de árvores presas à rede elétrica. Muitos bairros permanecem sem luz. Hoje, houve 65 ocorrências com bloqueio total das vias públicas, ocasionado por queda de árvores, postes de iluminação ou acúmulo de água em razão do temporal que atingiu Porto Alegre. Dezenas de sinais de trânsito também foram danificados pelos ventos. As zonas sul e norte da capital são as regiões mais afetadas. A Defesa Civil presta auxílio às famílias desalojadas, atendidas em ginásios da prefeitura. Foram entregues agasalhos e peças de higiene pessoal aos desabrigados.

Ao todo, 11 unidades de saúde estão fechadas em consequência do temporal: Jardim das Palmeiras, Morro dos Sargentos, Lami, Paulo Viaro, Laranjeiras, Esperança Cordeiro, Vila Elizabeth, Ilha da Pintada, Ipanema, Farrapos e Ponta Grossa.

Santa Catarina

O ciclone extratropical está próximo ao litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e se desloca em direção ao alto-mar, o que ainda causa rajadas de vento no sul do estado, com direção oeste e rajadas pontuais entre 50 e 70 km/h. A tendência é que, com o afastamento do ciclone, os ventos se enfraqueçam nas próximas horas.

Praia Grande

Os bombeiros de Santa Catarina, após 18 horas de trabalho, desmobilizaram as equipes que estavam atuando em Praia Grande. Eles retiraram famílias das residências atingidas pelas chuvas das últimas horas. Segundo a prefeitura, 60 pessoas ficaram desalojadas e foram encaminhadas a um ginásio municipal.

No momento, a situação dos rios está normalizada, e as famílias retornaram para casa. “Nossa prioridade foi mobilizar os bombeiros no resgate do maior número de vítimas possível e encaminhá-las aos abrigos disponibilizados pela prefeitura. Com o empenho de todos, conseguimos atender os que precisaram dos nossos serviços”, informou o comandante do 4º Batalhão, tenente-coronel Henrique da Silveira.

Ressaca do mar

Até o fim da noite de hoje, as equipes de resgate estão de prontidão porque, mesmo se afastando da costa, o ciclone ainda pode provocar mais chuvas e ventos fortes. 

São esperadas rajadas acima de 70 km/h na faixa leste do Rio Grande do Sul e no sul de Santa Catarina. Ainda há a possibilidade de mais transtornos, como queda de árvores e postes de energia, além do destelhamento de casas no litoral.

O alerta de ressaca do mar emitido pela Marinha informa que as ondas estão com 3,5 m de altura entre o Rio Grande do Sul e Florianópolis. Somente na tarde deste sábado (17) é que a agitação do mar deve diminuir de intensidade.

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