A Operação "Araceli" deflagrada na manhã desta terça-feira, 18 de Maio, em Campo Grande (MS), pela força-tarefa entre o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Polícia Militar e a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul resultou em prisões que ocorreram em alusão ao "Maio Laranja", que combate exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Dos 27 mandados de prisão, busca e apreensão, pelo menos 20 criminosos foram presos. Ainda foi registrado um flagrante por posse de prática de lacração na madrugada de hoje. Além deles, durante a semana, outras dez prisões foram efetuadas, na Capital. Segundo o Promotor de Justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, os números de casos em Campo Grande são horríveis.
No caso de abuso de vulnerável, 96% das vítimas são do sexo feminino e 4% são masculino; 8% das crianças e adolescentes têm suas imagens em filmes eróticos; 14% são agredidas e os menores de 6 a 13 anos de idade, acabam sendo as maiores vítimas da violência sexual. De acordo com o promotor, 93% dos criminosos que cometem esse tipo de crime são parentes próximos das vítimas. "Esses criminosos são os que as próprias crianças e a família chamam de tio, avó e até de pai", lamentou o promotor.
"Desta forma, precisamos incentivar as pessoas a denunciar. Fazer uma denúncia de uma pessoa que é de dentro da sua residência, é difícil, mas é preciso para combater crimes como esses", continuou Marcos Alex.
(Fotos: Bruno Barros)
Na data, não houve investigação. Foram realizados apenas o cumprimento de mandado de prisão de criminosos que já foram condenados pelo estupro de vulnerável e por atentado violento ao pudor e, que irão a partir de hoje, cumprir pena em regime fechado.
Para ação da força tática, foram escalados 181 policiais da Polícia Militar e 128 da Polícia Civil que se colocaram a disposição da operação.
Conforme o promotor a força-tarefa não vai parar. "Iremos continuar com a operação para combatermos ao máximo esse crime na Capital", finalizou.
Além do promotor Marcos Alex, estavam presentes o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Marcos Paulo Gimenez; Delegada geral-adjunta da Polícia Civil, Rozeman Geize Rodrigues de Paula; Títular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), Delegada Marília de Brito Martins e o o Diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), Delegado Fabiano Nagata.
Operação “Araceli” — Batizada de Operação “Araceli”, a ação lembra o caso da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo, assassinada em 18 de maio de 1973, aos 8 anos de idade, na cidade de Serra, no Espírito Santo. O corpo da criança foi encontrado somente seis dias após o crime, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual. Os acusados pelo crime foram absolvidos e o processo arquivado pela Justiça, fato que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
(Foto: Bruno Barros)
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