Entenda o que é um ciclone bomba e os estragos por ele provocados
Segundo meteorologistas, fenômeno extratropical é comum nesta época do ano, mas veio com um diferencial: a queda brusca de pressão
Cidades|Joyce Ribeiro, do R7
Ciclones são comuns nesta época do ano e são chamados de extratropical. O fenômeno que atinge a região sul do país e já provocou ao menos dez mortes ganhou o nome de "ciclone bomba". A meteorologista do Tempo Agora, Doris Santos Palma, explica que a expressão se deve à queda drástica de pressão.
O ciclone nada mais é do que um intenso sistema de baixa pressão atmosférica. O fenômeno está associado a uma frente fria e provoca temporal, ventania, queda de árvores e baixa na temperatura.
Leia mais:Ciclone bomba deve perder força antes de chegar a São Paulo
Apesar de ser comum a formação de ciclone, desta vez, houve um diferencial: "Essa queda intensa e brusca de pressão não é comum. Fez com que a pressão caísse rapidamente 24 hectopascal. Quando o ciclone se formou ontem, veio com forte chuva e ventos de 90 km/h. Isso provoca queda de árvores, destelhamento de casas e o mar fica agitado", explicou Doris.
Para se ter uma ideia do potencial de estragos provocados na região sul do Brasil, em Clevelândia, no Paraná, as rajadas de vento foram de 120 km/h e, em Curitiba, de 111 km/h.
Veja também: Temporal deixa mais de mil pessoas fora de casa no Rio Grande do Sul
O monitoramento do ciclone é constante e, segundo os meteorologistas, a queda de pressão costuma ocorrer em 24 horas. "Agora ele está se afastando para o oceano e, por estar associado à frente fria, vai chegar ao sudeste do país com menor intensidade, ainda assim com ventos que podem chegar a 100 km/h em São Paulo", afirmou a meteorologista.
É possível prever a formação de um ciclone, por isso cabe aos órgãos responsáveis, como a Defesa Civil, emitir alertas à população sobre a ocorrência de fortes temporais e ventos. O objetivo é prevenir a ocorrência de tragédias, como mortes.
Com a continuidade dos ventos, é preciso atenção porque as estruturas já estão danificadas e podem ocorrer novos acidentes com vítimas.
Leia ainda: Telhado de condomínio é arrancado durante temporal em Curitiba
O ciclone avança agora para a região sudeste, mas está perdendo intensidade. "Em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os efeitos não vão se comparar aos do sul. Mas a ventania continua intensa, o litoral terá mar agitado e, em São Paulo, vai ter mais chuva e queda de temperatura", garantiu a meteorologista.
A Marinha também emitiu um alerta de ressaca do mar desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro.
Confira as imagens da ventania no porto de Imbituba (SC):
Veja imagens de operários que escaparam do ciclone em SC: