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Falhas da mobilidade nas favelas: 85% vivem sem ponto de ônibus e com vias estreitas

IBGE aponta barreiras para milhões de moradores, com ruas apertadas, quase sem transporte coletivo e pouca sinalização

Cidades|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • 85% dos moradores de favelas no Brasil vivem sem acesso a pontos de ônibus.
  • Apenas 5,2% têm transporte coletivo próximo, em contraste com 12,1% fora das favelas.
  • As ruas estreitas limitam o acesso a transporte, com 18,8% compatíveis apenas com carros ou vans.
  • A sinalização cicloviária é praticamente inexistente, com apenas 0,9% dos moradores tendo acesso a ela.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Mobilidade é um dos principais problemas apontados por moradores de comunidades urbanas, segundo IBGE Fabio Motta/Prefeitura do RJ - Arquivo

Um novo recorte do Censo 2022 detalhou como a mobilidade permanece limitada nas favelas brasileiras. O levantamento identificou obstáculos que dificultam deslocamentos simples, desde a falta de pontos de ônibus até a presença de vias estreitas, acessíveis apenas a motos, bicicletas ou pedestres.

O dado mais contundente surge na análise sobre transporte coletivo. Apenas 5,2% dos moradores vivem em trechos de rua com ponto de ônibus ou van. Fora das favelas, esse percentual sobe para 12,1%. Em 83% das favelas, menos de 10% da população tem acesso direto a algum ponto de transporte.


Em várias cidades, esse acesso quase desaparece dentro dos aglomerados urbanos, criando uma rotina de longas caminhadas até a primeira parada do trajeto.

Outro aspecto relevante envolve a capacidade das vias. No conjunto das favelas brasileiras, 18,8% dos moradores residem em ruas compatíveis apenas com carros ou vans, e 19,2% usam trechos onde só circulam motos, bicicletas ou pedestres.


Em algumas capitais, a diferença entre dentro e fora dos aglomerados ultrapassa 40 pontos percentuais, evidenciando níveis distintos de urbanização separados por poucas quadras.

Pedestres sem lugar para andar

A falta de estrutura atinge também a locomoção a pé. Muitas áreas apresentam calçadas irregulares ou inexistentes, além de obstáculos que impedem o deslocamento seguro de idosos e pessoas com deficiência.


O ambiente cria deslocamentos mais lentos e inseguros, principalmente em horários de pico ou durante chuvas fortes.

O cenário visto no transporte coletivo se repete na sinalização cicloviária. Apenas 0,9% dos moradores convivem com algum tipo de sinalização voltada ao uso de bicicletas, enquanto, no restante da cidade, o índice alcança 2,7%.


A ausência de ciclovias e ciclofaixas dificulta deslocamentos alternativos, mesmo em regiões onde a bicicleta se destaca como meio mais rápido e barato.

Algumas favelas apresentam condições melhores, mas como exceções. Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo, lidera a lista dos grandes aglomerados com maior presença de pontos de ônibus, embora alcance apenas 12,3% dos moradores.

Em Manaus, Colônia Terra Nova e Zumbi dos Palmares/Nova Luz ultrapassam a marca de 10%.

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