"Foi rápido e ágil", diz Bolsonaro sobre envio da Força Nacional ao CE
Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou 300 homens que atuarão por 30 dias em apoio à PF, PRF, Depen e forças de segurança do Estado nordestino
Cidades|Plínio Aguiar, do R7
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta sexta-feira (4) que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, "foi rápido e ágil" ao atender a solicitação de enviar a Força Nacional para conter os ataques em série no Estado do Ceará desde a noite de quarta-feira (2).
No fim da manhã de hoje, Moro autorizou o envio de 300 homens e 30 viaturas para o Estado. Segundo a portaria, os agentes irão atuar por 30 dias em ações de segurança e apoio à PF (Polícia Federal), à PRF (Polícia Rodoviária Federal), ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e às forças policiais estaduais. Caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado. Na noite de ontem (3), Moro havia negado o envio imediato das tropas.
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A decisão foi tomada após os episódios de violência registrados e à dificuldade das forças locais combaterem sozinhas o crime organizado. Também foram consideradas a gravidade dos fatos, a necessidade de manutenção da segurança pública e o dever das forças policiais federais e estaduais de, por ação integrada, proteger a população civil e o patrimônio público e privado de novos incidentes.
"Eu estive conversando com o Moro desde a noite de ontem, e ele foi muito rápido e ágil ao atender o Estado", disse Bolsonaro. "Nós jamais faremos oposição ao povo do Ceará", continuou. "A (portaria que autoriza a) Força Nacional já foi colocada em vigor".
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Segundo a portaria, foi determinado que as polícias federais intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado e que o Depen preste todo o apoio necessário para as ações de segurança pública no estado. A forma de atuação será definida pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Ataques
Os ataques foram feitos após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, de que não reconhece facção criminosa no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer à distribuição por vínculos com organizações criminosas.
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O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato, para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que, das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado).