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PF oferece até R$ 30 mil por informações sobre fugitivos de presídio federal

Rogério Mendonça e Deibson Cabral fugiram da unidade de segurança máxima no dia 14 de fevereiro; o anonimato é garantido

Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Deibson Cabral (esq) e Rogério da Silva (dir)
Deibson Cabral (esq) e Rogério da Silva (dir) Divulgação/Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do RN

A Polícia Federal pode pagar R$ 30 mil por informações sobre os dois fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN). Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33, escaparam na madrugada do dia 14 de fevereiro pela luminária que ficava em uma parede lateral da cela. As denúncias podem ser feitas pelo número 181 ou por mensagem para o celular (84) 98132-6057. O anonimato é garantido.

Os valores oferecidos como recompensa por informações sobre cada um dos fugitivos são de R$ 15 mil, totalizando R$ 30 mil para quem fornecer dados que levem à captura de ambos.

Neste sábado (24), as buscas completaram 11 dias. Os fugitivos são suspeitos de terem ligações com a facção criminosa Comando Vermelho, no Acre. Eles são os primeiros detentos da história a fugir de uma prisão de segurança máxima do sistema prisional federal.

Divulgação/Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do RN

A unidade em Mossoró abriga 68 detentos, sendo o segundo menor quantitativo de uma penitenciária federal, atrás apenas da de Brasília (DF). A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Acre prendeu, nessa sexta (23), o irmão de um dos fugitivos.


O homem é condenado por roubo e participação em organização criminosa e estava com mandado de prisão em aberto. Os policiais chegaram até ele durante as investigações sobre a fuga.

Na quinta (22), três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga. As prisões teriam ocorrido em flagrante na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. Foram apreendidas armas, drogas, munições e um carro suspeito de ter sido usado para fornecer armas aos criminosos durante a fuga.


Reféns

No último dia 16, os presos chegaram a fazer uma família refém em um local a 15 km da prisão. Segundo fontes da RECORD, os criminosos invadiram uma casa, onde ficaram por cerca de quatro horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, deixaram o endereço.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi ao Rio Grande do Norte na manhã do último domingo (18) para acompanhar as buscas. Ele foi acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Gustavo Souza, e foi recebido pela governadora do estado, Fátima Bezerra, e pelo secretário Nacional de Polícias Penais, André Garcia.


Lewandowski afirmou que o episódio de fuga de dois detentos da prisão de segurança de Mossoró (RN) "não afeta, em hipótese nenhuma, a segurança das cinco unidades prisionais federais". O ministro, porém, admitiu que "é um problema localizado e será superado em breve com a colaboração de todos".

Leia mais: Lewandowski diz que fuga em Mossoró não afeta segurança de outras prisões federais

Quem são os fugitivos?

Os dois homens que fugiram nesta quarta foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça. Ambos são suspeitos de terem ligações com a facção criminosa CV (Comando Vermelho). O grupo domina as operações criminosas no Acre, onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.

No caso de Deibson, há uma longa ficha criminal que começou ainda na adolescência e seguiu durante a vida adulta. Os registros incluem crimes que vão de tráfico de drogas a latrocínio, chegando a uma rebelião em uma cadeia do Acre. A defesa dele não foi localizada para comentários.

O que acontece com os fugitivos caso sejam capturados?

Caso sejam capturados, os fugitivos deverão responder pelo crime de fuga, considerada uma falta disciplinar. Pelo ineditismo do ocorrido, sendo o primeiro em um presídio de segurança máxima no Brasil, ainda não é determinada a punição que os bandidos receberão quando forem capturados.

Em casos de presos de regime semi-aberto, por exemplo, o fugitivo retorna a um presídio de regime fechado.

"Não há unidade acima da de segurança máxima. Ou eles vão voltar para esta própria unidade, ou, a critério do Ministério da Justiça, podem ser encaminhados a outra unidade de segurança máxima do país", explicou a advogada e professora de direito na Fundação Getúlio Vargas Maíra Fernandes.

500 agentes nas buscas

Ainda de acordo com o ministro, 500 agentes atuam por dia nas buscas pelos dois fugitivos. As equipes estão divididas em dois turnos, com 250 pessoas atuando durante o dia e 250 à noite.

Lewandowski disse que as buscas ocorrem em um cenário que não é vantajoso. "O terreno é difícil e as condições são desfavoráveis. Acabamos de ter uma chuva torrencial que dificulta as buscas, inclusive, de identificar os rastros de presos", disse. Ele acrescentou que os drones de calor têm dificuldade de identificar sinais se os presos estiverem escondidos em grutas e cavernas, por exemplo.

O ministro disse que as possíveis falhas das prisões federais estão sendo corrigidas e que a unidade de Mossoró "voltou a ser absolutamente segura e apta para custodiar os detentos". Afirmou também que a pasta vai iniciar a construção de muros mais altos no município e que as demais medidas, como reconhecimento fácil, sensores de presença e contratação de mais policiais penais federais estão sendo providenciadas.

Barras de ferro foram instaladas nas luminárias. Isso porque os dois detentos conseguiram escapar após retirarem a luminária de uma cela e fazerem um buraco na parede.

Além disso, os responsáveis pelas áreas de inteligência da penitenciária foram afastados do cargo de chefia. Segundo a decisão da corregedoria, eles vão permanecer fora das funções até a conclusão das investigações da fuga. A portaria é assinada pela corregedora-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Marlene Inês da Rosa.

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