Governo resgata argentinos em situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul
Vítimas estavam sem pagamento, em condições precárias e sob ameaças; entre elas, um adolescente de 17 anos
Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) resgatou três argentinos, com idades entre 17 a 36 anos, que estavam submetidos a condições análogas à escravidão durante a colheita de legumes na zona rural de Vacaria (RS). Segundo a pasta, as vítimas relataram ameaças à vida feitas pelo responsável pelo alojamento, que usava armas para intimidá-los.
Esse foi o terceiro resgate de trabalhadores argentinos registrado no estado em 2025.
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Durante a inspeção, os auditores fiscais constataram a completa inadequação do alojamento: sem camas, com instalações elétricas precárias e até sem porta. A estrutura de madeira onde os trabalhadores estavam abrigados havia sido construída por eles mesmos.
Os resgatados trabalhavam no cultivo de cenoura, beterraba e cebola. A fiscalização verificou a total ausência de condições mínimas de trabalho.
As refeições eram feitas ao ar livre, em meio ao mato, sob tendas de lona improvisadas. Além disso, não foram fornecidos equipamentos de proteção individual, essenciais para a segurança durante as atividades.
Providências Adotadas
Os trabalhadores foram acolhidos por instituições do município.
Em cumprimento à notificação da Auditoria-Fiscal do Trabalho e após a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público do Trabalho, o empregador efetuou, no mesmo dia 19, o pagamento das verbas salariais e rescisórias aos trabalhadores resgatados e providenciou o transporte para o retorno à Argentina.
O Ministério do Trabalho e Emprego garantiu a emissão de CPF, Carteira de Trabalho e o seguro-desemprego para os trabalhadores resgatados, assegurando aos imigrantes argentinos o pagamento de três parcelas de um salário-mínimo.