PF investiga suspeitos de cobrar R$ 2 mil para responder provas de vestibulares de medicina
Segundo a corporação, comprovantes bancários confirmaram os pagamentos relativos ao ‘serviço’ de resolução das questões
Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
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A Polícia Federal investiga um grupo suspeito de cobrar R$ 2 mil para fraudar vestibulares de medicina em todo o país. Em uma operação realizada nesta quarta-feira (16), agentes estiveram em endereços no Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins, já tendo identificado 63 suspeitos. As investigações mostram que o esquema conseguia burlar o sistema de segurança das provas online de várias faculdades de medicina, permitindo, por exemplo, que terceiros tivessem acesso às questões.
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A ação de hoje é um desdobramento de investigações iniciadas em fevereiro, que constataram a existência de fraudes nas avaliações do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2022 e 2023. Outro modo de atuação da organização seria a realização das provas no lugar dos verdadeiros candidatos. “Foram identificadas situações em que o grupo chegou a fraudar provas para nove candidatos simultaneamente, utilizando-se de vários associados para resolver as questões”, afirmou a PF.
Os investigadores ressaltaram que, a princípio não há nenhum indicativo da participação das faculdades particulares nos crimes investigados e, neste estágio da apuração, as instituições são tratadas com vítimas da prática dos crimes.
Segundo a corporação, comprovantes de transferências bancárias confirmaram os pagamentos relativos ao “serviço” de resolução das questões. Os valores pagos pela realização das fraudes eram divididos entre os responsáveis por resolver ilicitamente as questões.
“O caso chama a atenção pela expertise e facilidade com que os criminosos conseguem burlar os sistemas de segurança das provas online de vestibulares de medicina de várias faculdades”, ressaltaram os investigadores.
Caso as irregularidades sejam comprovadas, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, além de outros que possam ser identificados ao longo da investigação.