Homem, branco, entre 30 e 39 anos, sem nível superior: veja perfil dos MEIs no Brasil
Cabeleireiros somam 1,3 milhão de microempreendedores e respondem por 9% do total de MEIs, mostra estudo do IBGE
Cidades|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
Entre os 14,6 milhões de MEIs (microempreendedores individuais) no Brasil, um perfil se destaca: homem, branco, entre 30 e 39 anos, sem ensino superior e que moram no Sudeste. Os dados são da pesquisa Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais 2022, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (21).
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De acordo com o estudo, 53,6% dos 14,6 milhões de MEIs no país são homens (7,8 milhões). No recorte por raça, os brancos são maioria e correspondem a 4,7 milhões de MEIs (32,2%).
Ao todo, 6,2 milhões (42,4%) de microempreendedores foram classificados como “sem informação” ou “não informado” nesse quesito. Segundo o IBGE, essas denominações incluem quem não esteve no mercado de trabalho formal de 2009 a 2022 ou que o empregador declarou código inválido de raça ou cor. Também abrange uma das categorias existentes na pesquisa.
Outros 21,4% (3,1 milhões) se declararam pardos. Pretos são 3,4% (491 mil), amarelos, 0,4% (64 mil), e indígenas têm o menor número: 0,1% (19 mil).
Em relação à faixa etária, a maior parte desses trabalhadores é formada por pessoas entre 30 e 39 anos (29,9%). Em segundo lugar, vêm as pessoas com idade entre 40 e 49 anos (25,5%). Na sequência, estão os microempreendedores individuais com 50 anos ou mais (24,5%), seguidos pelos que têm até 29 anos (20,1%).
Nível de escolaridade
Em relação ao nível de escolaridade, 62,4% (9 milhões) de MEIs não tinham nível superior em 2022. Veja mais detalhes do grupo:
• ensino superior incompleto: 45,7% (6,6 milhões)
• ensino médio incompleto: 11,3% (1,6 milhão)
• analfabetos e fundamental incompleto: 5,4% (7,8 milhões)
Além disso, 9,7% (1,4 milhão) têm educação superior ou mais, e 27,9% (4 milhões) são classificados como “sem informação”.
Recorte por região
De acordo com o estudo, mais da metade dos MEIs (52,1%) está localizada na região Sudeste. Em seguida, o Nordeste tem 17,6% dos microempreendedores individuais do país. O Sul aparece com 16,9%. Nas duas últimas posições, estão o Centro-Oeste e o Norte, com 8,4% e 5%, respectivamente.
No levantamento, foram utilizados como fontes de informação o CPF, o CNPJ, o Simei (Simples Nacional), o Cempre (Cadastro Central de Empresas), a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) - Empregado, e o CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais).
48,6% dos MEIs criaram empresa há no máximo 3 anos
Os dados da pesquisa inédita mostram que, em 2022, quase metade (48,6% ou 7,07 milhões) dos microempreendedores individuais do país tinha criado empresas há no máximo três anos. Quando se amplia o prazo de criação para cinco anos, a participação frente ao total de MEIs ativos sobe para 69,3% do total, ou 10,1 milhões.
A pesquisa mostra que 2,63 milhões dos MEIs (18,1%) criaram empresa há menos de 1 ano. Outros 2,48 milhões (17,1%) das empresas desse tipo têm até 2 anos de existência.
Atividades econômicas
Segundo o levantamento, mais da metade (51,5%) dos MEIs atua na área de serviços. O setor compreende 7,5 milhões de microempreendedores individuais.
O comércio é o segundo setor mais representativo, com 4,1 milhões ou 28,2% do total. O terceiro lugar é da indústria, com 1,53 milhão ou 10,6% do total, seguido pela construção, com 1,36 milhão e 9,4% do total.
O levantamento também mostra que a atividade econômica mais representativa é a de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, que soma 1,3 milhão de pessoas, ou 9% do total de MEIs do país.
O segundo maior grupo entre os MEIs é o dos que atuam no comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios, com 990,3 mil pessoas ou 6,8% do total dos MEIs.
Em terceiro lugar, vem a atividade de restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, com 876 mil ou 6% de todos os microempreendedores do país.
O IBGE ressalta que o estudo é classificado como experimental e deve ser usado com cautela, já que são estatísticas novas que ainda estão em fase de teste e sob avaliação.