Influenciadoras do crime: polícia detém 7 e toma carrões de bando que vendia óleo de maconha
Com famosas da internet, quadrilha atuava no DF, SP e RJ, adquiriu Mercedes e BMW com grana ilegal e girava R$ 2 milhões por mês
Cidades|Isabelle Gandolphi, da Agência Record
Sete pessoas foram presas durante a operação Refil Verde, contra tráfico internacional de drogas, da Polícia Civil de Brasília, com alvos em São Paulo e Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (24). Um casal, que lidera a quadrilha, segue foragido. A quadrilha movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês.
Na capital paulista, foram apreendidos três veículos: uma Mercedes C200 branca, uma BMW X1 cinza e um Chevrolet Ônix vermelho. Também foram confiscadas bolsas, malas e equipamentos.
Os criminosos usavam do sistema de “deep face” para comprar o óleo e maconha nos Estados Unidos. Eles forjavam notas fiscais de ceras de depilação, e o material entrava no Brasil por Foz do Iguaçu, em vasilhames.
Em seguida, eles juntavam com insumos do Rio de Janeiro e da China, e enviavam para São Paulo. Na capital paulista, envasavam a mistura em diversos derivados, mas principalmente em refis para cigarros eletrônicos.
A droga era distribuída em todo o país por meio de sites e redes sociais — o principal canal era o site weepod.com.br, que deverá sair do ar a qualquer momento. Os criminosos tinham duas plataformas, sendo que, em uma delas, vendiam o óleo como remédio.
Papel das influenciadoras digitais
Os criminosos contratavam influenciadores em todo o país para atingir o máximo de pessoas.
Em alguns casos, quando comercializavam apenas o óleo, os criminosos colocavam em tubos de cola, e a venda era feita como papelaria. Uma empresa terceirizava colocava os pacotes nos Correios, que ajudaram a Polícia Civil na investigação.
Nesta quarta-feira (24), os agentes cumpriram nove mandados de prisão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Os sete presos são quatro mulheres e três homens.
Em Brasília, as três presas eram influenciadoras digitais e eram pagas para divulgarem o produto. Já no Rio de Janeiro, o detido era responsável pela construção do site e lavagem de dinheiro. Os presos em São Paulo possuíam diversas funções.
Por fim, o casal que segue foragido encabeça a quadrilha. Eles são do interior de São Paulo e estão em processo de mudança de país, devido à dupla cidadania. Eles estavam na Itália e retornaram no final de semana, porém, ainda não foram localizados.