Instrução educacional e acesso digital sustentam avanço evangélico no Brasil
Grupo religioso triplica em três décadas, apoiado em baixos índices de analfabetismo e ampla conexão à internet
Cidades|Do R7, em Brasília

O crescimento da população evangélica no Brasil vem acompanhado por indicadores que sugerem mudanças no perfil educacional e digital de seus fiéis.
Dados do Censo Demográfico 2022 revelam que 90,5% dos evangélicos vivem em domicílios com acesso à internet, superando a média nacional e a de outros grupos religiosos.
Essa taxa de conectividade se alia a uma das menores proporções de analfabetismo entre os grandes segmentos: 5,4%, inferior à verificada entre católicos (7,8%) e muito distante dos índices observados entre seguidores de tradições indígenas (24,6%).
Em termos de escolaridade, 35,2% dos evangélicos têm ensino médio ou superior incompleto. A presença equilibrada entre níveis educacionais distintos indica uma base ampla, presente em várias camadas sociais.
Na contramão da tendência de aumento do número de separações observada no Brasil, mais casais têm procurado a Igreja Universal do Reino de Deus para celebrar sua união. Acima, casais reunidos no Templo de Salomão, em São Paulo, nesta quinta-feira (26)
Na contramão da tendência de aumento do número de separações observada no Brasil, mais casais têm procurado a Igreja Universal do Reino de Deus para celebrar sua união. Acima, casais reunidos no Templo de Salomão, em São Paulo, nesta quinta-feira (26)
Expansão demográfica evangélica
Outro dado que ajuda a dimensionar esse avanço é a expansão demográfica do grupo. Em 1991, os evangélicos representavam 9% da população brasileira. Em 2022, alcançaram 26,9%, quase o triplo em três décadas.
A distribuição digital acompanha essa transformação. O acesso à internet, usado como termômetro para desigualdades sociais, está relacionado à renda, escolaridade e localização geográfica.
A expressiva taxa entre evangélicos aponta não só para maior inclusão tecnológica, mas também para a utilização dessas ferramentas como meio de difusão religiosa.
No recorte por grupos religiosos, somente adeptos de tradições indígenas apresentam taxa de conexão inferior a 80% (52,9%). Espíritas, católicos e pessoas sem religião apresentam percentuais próximos, mas ainda abaixo dos registrados entre evangélicos.
Os dados sugerem que o avanço evangélico está conectado a mudanças estruturais na sociedade brasileira — com maior inserção digital e educacional funcionando como alavancas de expansão e consolidação.
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