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Justiça de PE vai interrogar "canibais de Garanhuns" nesta sexta-feira

Trio só será ouvido se laudo psicológico for apresentado

Cidades|Ana Cláudia Barros, do R7


A Justiça de Pernambuco deve interrogar, nesta sexta-feira (14), o trio conhecido como “canibais de Garanhuns”. Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva são acusados de matar mulheres e de comer a carne das vítimas.

Além de suposta prática de canibalismo, os réus teriam usado carne humana para rechear salgadinhos, comercializados em Garanhuns, no agreste daquele Estado.

Os três só serão ouvidos se o laudo do exame psicológico a que foram submetidos estiver concluído. A condição foi determinada pela juíza titular da Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes, segundo a assessoria de comunicação do TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco).

Caso sejam confirmados, os interrogatórios ocorrerão durante a segunda audiência de instrução realizada em Olinda, onde o trio responde pelo assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira, em 2008.


Contra os acusados, ainda há um processo referente às mortes de Giselly Helena da Silva e Alexandra Falcão da Silva. A ação corre em segredo de Justiça, na cidade Garanhuns, onde os três moravam quando foram presos.

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De acordo com o TJ-PE, durante a audiência de instrução em Olinda, será colhido ainda o depoimento do delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Paulo Berenguer, responsável pelo inquérito sobre o homicídio de Jéssica.

Teste de sanidade mental


Em julho deste ano, a defesa de Negromonte solicitou à 1ª Vara Criminal de Garanhuns a instauração de um "incidente de sanidade mental". A Justiça acatou o pedido e determinou que Isabel e Bruna também passassem por avaliação psicológica. A mesma solicitação foi feita à Vara do Tribunal do Júri de Olinda.

Segundo a assessoria do TJ-PE, os exames estão sendo realizados no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Itamaracá. A unidade de saúde teria 45 dias, contados a partir da primeira audiência de instrução - realizada em Olinda, no dia 25 de outubro -, para concluir o laudo.

O Código Penal brasileiro considera entre os inimputáveis, os portadores de doença mental severa. Pela lei, “é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.

Temperamento violento

Na audiência de instrução realizada no dia 25 de outubro, dois irmãos de Jorge Beltrão Negromonte prestaram depoimento. Irineu e Emanuel Beltrão contaram que, quando jovem, Jorge desenhava quadrinhos em que retratava cenas de violência contra mulheres. Conforme relato dos dois, o temperamento agressivo do irmão aflorou na adolescência.

Eles disseram que Negromonte não tinha contato com a família nos últimos tempos e que todos ficaram surpresos com a descoberta dos crimes supostamente praticados pelo trio. Os dois confirmaram que os parentes tinham conhecimento de que o irmão vivia com duas mulheres, mas nunca frequentaram a casa deles.

Irineu e Emanuel estiveram entre as 17 testemunhas convocadas para a audiência. Dez delas seriam ouvidas na primeira etapa, mas o Ministério Público desistiu de quatro.

Prisão

Jorge, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva estão presos desde abril. À polícia, eles relataram que eram integrantes de uma seita chamada Cartel, que tem como meta a purificação do mundo e o controle populacional, por isso as vítimas sempre eram mulheres.

Em Garanhuns, os três respondem pelos homicídios triplamente qualificados de Giselly e Alexandra, ocultação e vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo) e furto.

Bruna e Jorge foram acusados ainda de estelionato, porque teriam usado o cartão bancário de Giselly. Bruna também foi denunciada pelo crime de falsa identidade, uma vez que se apresentou ao delegado, assumindo o papel de Jéssica. Ela era a mãe da menina de cinco anos encontrada com os acusados.

Em Olinda, o trio foi acusado de homicídio quadruplamente qualificado; ocultação e vilipêndio de cadáver.

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